Paz e Bem, meu amigo e irmão, estamos falando de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
A força da sua oração
Não é de admirar que a oração de Clara tivesse poder contra a maldade dos homens, se fazia arder até os demônios. Aconteceu que uma devota, da diocese de Pisa, veio uma vez ao lugar para agradecer a Deus e a Santa Clara porque, por seus méritos, fora libertada de cinco demônios. Na hora da expulsão, os demônios confessaram que a oração de Santa Clara os queimava e os desalojava daquele vaso de sua posse. Não foi à-toa que o senhor Papa Gregório teve admirável fé nas orações desta santa, cuja virtude provara ser eficaz. Muitas vezes, como bispo de Óstia ou já elevado ao trono apostólico, ao surgir alguma dificuldade, como acontece, dirigia-se por carta à mencionada virgem: pedia orações e já sentia a ajuda. É algo certamente notável pela humildade e que deve ser fervorosamente imitado: o Vigário de Cristo reclamando a ajuda da serva de Cristo e recomendando-se a suas virtudes. Certamente sabia de que é capaz o amor e como é livre o acesso das virgens puras ao consistório da divina Majestade. Se o Rei dos céus se entrega Ele mesmo aos que o amam com fervor, o que não há de conceder, se convém, aos que o rogam com devoção? Quão grande foi o devoto amor de Clara pelo Sacramento do Altar demonstram-no os fatos. Durante a grave doença que a prendeu à cama, fazia-se erguer e sustentar colocando apoios. Assim, sentada, fiava panos finíssimos, com os quais fez mais de cinquenta jogos de corporais que, colocados dentro de bolsas de seda ou de púrpura, destinava a diversas igrejas do vale e das montanhas de Assis. Ao receber o Corpo do Senhor, lavava-se antes em lágrimas ardentes e, acercando-se a tremer, não o temia menos escondido no sacramento que regendo céu e terra. Como ela se lembrava de seu Cristo na doença, Cristo também a visitou em seus sofrimentos. Na hora do Natal, em que o mundo se alegra com os anjos diante do Menino recém-nascido, todas as senhoras foram à capela para as Matinas, deixando a madre sozinha, oprimida pela doença. Ela começou a meditar sobre o pequenino Jesus e, sofrendo muito por não poder assistir seus louvores, suspirou: “Senhor Deus, deixaram-me aqui sozinha para Vós”. E eis que de repente começou a ressoar em seus ouvidos o maravilhoso concerto que se desenrolava na igreja de São Francisco. Escutava o júbilo dos irmãos salmodiando, ouvia a harmonia dos cantores, percebia até o som dos instrumentos. O lugar não era tão próximo que pudesse chegar a isso humanamente: ou a solenidade tinha sido amplificada até ela pelo poder divino, ou seu ouvido tinha sido reforçado de modo sobre-humano. Mas o que superou todo esse prodígio foi que mereceu ver o próprio presépio do Senhor. Quando as filhas vieram, de manhã, disse a bem-aventurada Clara: “Bendito seja o Senhor Jesus Cristo, que não me deixou quando vocês me abandonaram. Escutei, por graça de Cristo, toda a solenidade celebrada esta noite na igreja de São Francisco”. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.