Paz e Bem, meu amigo e irmão, estamos falando de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
Sua grande caridade para com as Irmãs
A venerável abadessa não amava só as almas das filhas: servia também seus corpos com o zelo de uma caridade admirável. Muitas vezes, no frio da noite, cobria-as com as próprias mãos, enquanto dormiam, e queria que se contentassem com um regime mais benigno as que via incapacitadas para a observância do rigor comum. Se alguma, como acontece, estivesse perturbada por uma tentação, ou tomada de tristeza, chamava-a à parte e a consolava entre lágrimas. Às vezes, se ajoelhava aos pés das que sofriam para aliviá-las com carinho materno. As filhas, gratas por sua bondade, correspondiam com toda dedicação. Acolhiam o carinho afetuoso da mãe, respeitavam na mestra o cargo de governo, acompanhavam o procedimento correto da formadora e admiravam na esposa de Deus a prerrogativa de uma santidade tão completa. Tinha corrido quarenta anos no estádio (cfr. 1Cor 9,24) da altíssima pobreza (cfr. 2Cor 8,2) e já chegavam muitas dores, precedendo o prêmio do chamado eterno. O vigor de corpo, castigado nos primeiros anos pela austeridade da penitência, foi vencido no final por dura enfermidade, para enriquecê-la, doente, com o mérito das obras. A virtude aperfeiçoa-se na enfermidade (cfr. 2Cor 12,9). Vemos a que ponto acrisolou-se na doença sua virtude maravilhosa principalmente porque, em vinte e oito anos de contínua dor, não se ouviu murmuração nem queixa. De seus lábios brotavam sempre santas palavras, uma ação de graças contínua. Embora parecesse correr para o fim, oprimida pelo peso das doenças, aprouve ao Senhor adiar sua morte até o momento em que pudesse ser exaltada com dignas honras pela Igreja romana, de que era obra e filha singular. Pois, demorando-se o sumo pontífice com os cardeais em Lião, Clara começou a sentir-se mais oprimida que de costume pela doença, e uma espada de dor enorme atormentava as almas de suas filhas. Nessa ocasião, uma serva de Cristo, virgem consagrada a Deus no mosteiro de São Paulo da ordem de São Bento, teve uma visão: estava em São Damião, com suas Irmãs, assistindo a doença de dona Clara, e a via deitada numa cama preciosa. Elas choravam, esperando em lágrimas a partida da bem-aventurada Clara, quando apareceu uma formosa mulher à cabeceira da cama e lhes disse: “Não chorem, ó filhas, essa mulher que vai vencer; porque não poderá morrer, enquanto não vier o senhor com seus discípulos”. De fato, a corte romana chegou a Perusa logo depois. Sabendo que ela tivera uma piora na doença, o senhor ostiense correu de Perusa a visitar a esposa de Cristo, de quem fora pai por ofício, sustentáculo pela atenção, amigo sempre devoto por puríssimo afeto. Alimentou a enferma com o sacramento do Corpo do Senhor e também as outras com um salutar sermão. Ela só suplicava o Pai em lágrimas, recomendando-lhe sua alma e as das outras senhoras, pelo nome de Cristo. Mas pedia acima de tudo que obtivesse do senhor Papa e dos cardeais a confirmação do Privilégio da Pobreza. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.