Paz e Bem, meu amigo e irmão, estamos falando de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.
Como respondeu a sua irmã que chorava
Mas pedia acima de tudo que obtivesse do senhor Papa e dos cardeais a confirmação do Privilégio da Pobreza. E foi isso que aquele fidelíssimo amigo da Ordem realizou de fato como prometeu de palavra. Um ano depois, o senhor Papa passou de Perusa para Assis com os cardeais, cumprindo-se assim a referida visão sobre o trânsito da santa. Porque o Sumo Pontífice, colocado além dos homens e aquém de Deus, representa a pessoa do Senhor; e os senhores cardeais a ele se unem como os discípulos, no templo da Igreja militante. A divina providência já acelerava o cumprimento de seu plano para Clara: Cristo tinha pressa de sublimar no palácio do reino superno a pobre peregrina. Ela já desejava e suspirava de todo coração por livrar-se do corpo mortal (cfr. Rm 7,24) para ver reinando nas etéreas mansões o Cristo pobre que ela, pobrezinha, seguira na terra de todo coração. Juntou-se nova fraqueza a seus membros sagrados, gastos pela velha doença, indicando sua próxima chamada para o Senhor e preparando-lhe o caminho da salvação eterna. O senhor Inocêncio IV, de santa memória, foi logo visitar a serva de Cristo com os cardeais e não teve dúvida de honrar com a presença papal a morte daquela, cuja vida provara estar acima das mulheres de nosso tempo. Entrou no mosteiro, foi ao leito, chegou a mão à boca da doente para que a beijasse. Ela a tomou agradecida e pediu com maior reverência para beijar o pé do Apostólico. Cortês, o senhor subiu reverentemente a um banquinho de madeira para ajeitar o pé que ela, reverentemente inclinada, cobriu de beijos por cima e por baixo. Depois, pediu com rosto angelical ao Sumo Pontífice a remissão de todos os pecados. Ele exclamou: “Oxalá precisasse eu de tão pouco perdão!” E lhe deu plena absolvição e a graça de uma ampla bênção. Quando todos saíram, como tinha recebido nesse dia a hóstia sagrada das mãos do ministro provincial, de olhos levantados para o céu e de mãos juntas para o Senhor, disse às Irmãs, entre lágrimas: “Filhinhas minhas, louvem o Senhor, porque hoje Cristo dignou-se fazer-me tão grande benefício que céu e terra não bastariam para pagar. Hoje, prosseguiu, recebi o Altíssimo e mereci ver o seu Vigário”. Rodeavam a cama da mãe aquelas filhas que bem depressa ficariam órfãs, com a alma atravessada por uma espada de dor (cfr. Lc 2,35). Não se deixavam levar pelo sono nem afastar pela fome: esquecidas da cama e da mesa, dia e noite só queriam chorar. Entre elas, a devota virgem Inês, saturada de lágrimas amargas, pedia sem parar à irmã que não se fosse, deixando-a sozinha. Clara disse: “Irmã querida, apraz a Deus que eu me vá. Mas pare de chorar, porque você vai chegar diante do Senhor logo depois de mim, e Ele lhe dará uma grande consolação antes de eu me separar de você”. No fim, pareceu debater-se em agonia durante muitos dias, nos quais foi crescendo a fé das pessoas e a devoção do povo. Também foi honrada diariamente como verdadeira santa por visitas frequentes de cardeais e prelados. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.