Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. O que lhe foi prometido pelo Senhor por suas doenças.

Não fugiu de trabalho nenhum, não escapou de nenhum incômodo, só quis cumprir o que eu mandava. Neste ponto estamos completamente de acordo, eu e ele: serviremos ao Senhor Cristo sem nenhuma repugnância”. Disse o frade: “Então, pai, onde estão a tua generosidade, a tua piedade, a tua grande discrição? Será que essa é uma retribuição digna dos amigos fiéis: com boa vontade na hora de receber o benefício, mas sem saber retribuir quando é o outro que precisa? Que serviço pudeste prestar até agora a teu Cristo Senhor sem a colaboração de teu corpo? Não foi para isso que ele se entregou a todos os perigos, como tu mesmo estás confessando? ” O pai respondeu: “Meu filho, confesso que isso é bem verdadeiro”. E o filho: “E seria conveniente que, na hora da necessidade, faltasses para com tão fiel amigo, que por ti se entregou à própria morte com tudo que possuía? Longe de ti, pai! Longe de ti, que és auxílio e apoio dos aflitos, cometer esse pecado diante do Senhor! ” O santo respondeu: “Bendito sejas tu também, filho, que com sabedoria puseste remédios tão salutares nas minhas dúvidas! ” E, sorrindo, disse ao próprio corpo: “Alegra-te, irmão corpo, e me perdoa, porque agora vou tratar de cumprir com gosto de tuas vontades, vou me apressar a atender tuas reclamações! ” Mas o que poderia agradar àquele pobre corpo acabado? O que poderia soerguê-lo, agora que já estava todo derreado? Francisco já tinha morrido para o mundo, mas Cristo estava vivo nele. As delícias do mundo eram uma cruz para ele, porque levava a cruz de Cristo enraizada em seu coração. Por isso fulgiam exteriormente em sua carne os estigmas, cuja raiz tinha penetrado profundamente em sua mente. Derrubado por sofrimentos de todos os lados, causa admiração que tivesse força para suportá-los. Mas chamava essas suas dores de irmãs e não de penas. E é fora de dúvida que elas provinham de muitas causas. De fato, para ficar mais claro por seus triunfos, o Altíssimo não lhe proporcionou coisas difíceis só enquanto estava no tirocínio, mas lhe deu ocasião de triunfar mesmo depois que já era um soldado experimentado. Isto também é um exemplo para seus seguidores: não fez nada mais devagar por causa da velhice e não foi mais indulgente por causa da doença. Também não foi sem razão que sua purificação foi tão plena neste vale de lágrimas. Ele prestou conta até o último vintém, se é que sobrou algum resto de impureza que devesse passar pelo fogo, para que, no fim, purificadíssimo, pudesse voar diretamente para o céu. Mas eu acho que a razão principal de seus tormentos foi, como ele mesmo afirmava a respeito de outros, a grande recompensa que se tem em suportá-los. Pois certa noite, atormentado mais que de costume por uma porção de sofrimentos graves de suas doenças, começou a ter no fundo do coração compaixão de si mesmo. Mas, para que o seu espírito pronto, não condescendesse carnalmente com a carne em coisa nenhuma por uma hora sequer, invocou a Cristo segurou firme o escudo da paciência. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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