Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como exortou e abençoou os irmãos no fim.

Mas, para que o seu espírito pronto, não condescendesse carnalmente com a carne em coisa nenhuma por uma hora sequer, invocou a Cristo segurou firme o escudo da paciência. Orando, colocado afinal em agonia, recebeu do Senhor a promessa da vida eterna com esta comparação: “Se toda a mola da terra e o universo inteiro fossem de ouro sem preço e soubesses que, livre de toda dor, haverias de receber como prêmio por teus duros sofrimentos um tesouro tão glorioso que, comparado com ele, todo aquele ouro seria um nada e nem mereceria ser mencionado, não te sentirias feliz de suportá-los de boa vontade por mais alguns momentos?” O santo respondeu: “É claro que me alegraria, alegrar-me-ia acima da medida”. “Podes exultar, então”, disse-lhe o Senhor, “porque tua doença é uma garantia de meu reino e, pelos merecimentos da paciência, podes ter a segurança e a certeza que terás a herança desse reino!” Que alegria imensa terá sentido o homem feliz que recebeu essa promessa! Com quanta paciência, mas também com quanto amor, abraçou os sofrimentos do corpo! Agora ele sabe disso com perfeição, mas naquele tempo não foi capaz de contá-lo. Mas disse alguma coisa aos irmãos, o que pôde. Nessa ocasião, compôs os Louvores das Criaturas, convidando-as a louvar sempre o Criador. No fim do homem – diz o Sábio – suas obras serão desnudadas (cfr. Eclo 11,29). Neste santo vemos que isso se realizou por completo, e gloriosamente. Ele percorreu com alegria da mente o caminho dos mandamentos de Deus, chegou ao alto passando pelos degraus de todas as virtudes e viu o fim de toda consumação como uma obra amoldável, aperfeiçoada pelo martelo das múltiplas tribulações. Quando partiu livre para os céus, pisando as glórias desta vida mortal, resplandeceram mais as suas obras admiráveis, e ficou provado pelo juízo da verdade que tudo que tinha vivido era divino. Achou que viver para o mundo era um opróbrio, amou os seus até o fim e recebeu a morte cantando. Sentindo já próximo seus últimos dias, em que a luz perpétua substituiria a luz que se acaba, demonstrou pelo exemplo de sua virtude que não tinha nada em comum com o mundo. Prostrado pela doença grave que encerrou todos os seus sofrimentos, fez com que o colocasse nu sobre a terra nua, para que, naquela hora extrema em que ainda podia enraivecer o inimigo, estivesse preparado para lutar nu contra o adversário nu. Na verdade esperava intrepidamente o triunfo e já apertava em suas mãos a coroa da justiça. Assim, posto no chão, sem a sua roupa de saco, voltou o rosto para o céu como costumava e, todo concentrado naquela glória, cobriu a chaga do lado direito com a mão esquerda, para que não a vissem. E disse aos frades: “Eu fiz a minha parte; que Cristo vos ensine a cumprir a vossa!” Vendo isso, os filhos sucumbiram à dor imensa da compaixão, soltando rios de lágrimas e dando longos suspiros. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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