Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre contraídos e aleijados.
Ele pegou um pouquinho por causa da devoção profunda da mulher, mandando que ela comesse o resto com a família. Uma vez chegou à cidade de Orte para se hospedar, quando um menino, chamado Tiago, encolhido havia muito tempo, estava diante dele com os pais, esperando que o santo lhe desse a saúde. Pela longa enfermidade, tinha a cabeça encostada nos joelhos e alguns ossos quebrados. Quando recebeu o sinal da cruz de São Francisco, começou a se desenrolar na hora e, totalmente endireitado, ficou bem libertado. Um outro habitante da mesma cidade, tinha entre os ombros um inchaço do tamanho de um pão grande. Recebeu um sinal de São Francisco e assim ficou plenamente libertado, de maneira que não sobrou nenhum vestígio. No hospital de Città di Castello, um moço que todo mundo conhecia estava encolhido havia sete anos, e se arrastava pelo chão como um animal. Sua mãe suplicava frequentemente a São Francisco para que reparasse o andar do filho, que era como um réptil. O santo acolheu o voto feito e ouviu o gemido da mãe que suplicava: de repente, soltando as amarras monstruosas, restituiu o filho à liberdade natural. Praxedes era a mais famosa das religiosas de Roma e do território romano. Desde a mais tenra infância, por amor do Esposo eterno, já se prendera em estreito cárcere por quase quarenta anos, e gozava de especial amizade de São Francisco. Pois, o que não fez com mais nenhuma mulher, recebeu-a na obediência, concedendo-lhe devotamente o hábito da Ordem: a túnica e o cordão. Certo dia ela subiu ao sótão de sua cela para buscar o que precisava, mas teve uma tontura e levou um tombo cruel, caindo no chão: fraturou um pé e uma perna e ainda deslocou completamente um ombro. A virgem de Cristo, nos anos passados, tinha desconhecido o rosto de todos e queria fazer o mesmo para sempre por um firme propósito. Jazia então por terra como um tronco, e como não aceitava ajuda de ninguém, não sabia a quem recorrer. Por ordem de um cardeal e a conselho de religiosos, exortaram-na a quebrar o cárcere, para poder gozar do consolo de alguma mulher religiosa, evitando o perigo de morrer, o que bem podia acontecer por descuido ou negligência. Mas ela se recusava absolutamente a fazer isso, resistia como podia para não faltar nem um pouquinho ao voto que fizera. Por isso voltou-se suplicantemente aos pés da misericórdia divina, e com piedosas queixas, já pela tarde, reclamou do santíssimo Pai Francisco: “Meu santíssimo Pai, que socorres com bondade, em toda parte, a necessidade de tanta gente que nem conheceste quando vivias, por que não vens me socorrer agora que estou necessitada, pois, ainda que indigna, mereci tua amizade durante a tua vida? Porque, como podes ver, bem-aventurado pai, tenho que mudar o voto ou enfrentar o juízo da morte”. Enquanto dizia essas coisas no coração e na boca, e implorava o afeto misericordioso com muitos soluços, foi tomada por um sono imprevisto e entrou em êxtase. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.