Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o resumo da primeira Vida – Tomás de Celano.

Chilreavam as andorinhas e não o deixavam falar ao povo; mandou fazer silêncio e obedeceram na mesma hora. Os animais silvestres feridos pelos outros corriam para ele, sentiam nele o amor da piedade e nele encontravam consolo na tribulação. Que amor não teria pela salvação das pessoas quem tinha toda essa compaixão pelos animais? Muitas vezes libertou cordeiros e ovelhas da morte, por causa de sua natureza mais simples; recolhia os insetos do caminho para que não fossem pisados pelos que passavam. Transbordava de inefável gozo de amor pelo Criador quando contemplava o sol, a lua e as estrelas. Na verdade, exortava terra e céu, fogo e ar, ao amor divino com a mais sincera pureza. Era tocado mais do que se pode compreender quando dizia o nome do Senhor, mais doce do que o mel em sua boca; por isso tinha fastio pelo mundo, queria ser dissolvido e estar com Cristo pela graça do martírio. Tomou o caminho de Marrocos para pregar o Evangelho de Cristo ao Miramolim; mas chamado de volta à Itália pela vontade divina, no décimo terceiro ano de sua conversão foi para a região da Síria, correu para o Sultão, foi triturado por chicotadas, agredido, pregou Cristo, mas foi mandado de volta para os fiéis pelos infiéis. Foi engrandecido por todos, crescia nele cada dia, por vontade de Deus, a fé devota do povo; todos corriam para vê-lo, às vezes rasgavam suas roupas por devoção. Houve a conversão de muitas pessoas para Deus, aumentava cada dia o número imenso dos frades. Iam ao seu encontro e, com ramos de árvores, recebiam-no solenemente, tocando os sinos; confundia-se a maldade dos hereges e crescia a fé católica. Na pureza de coração encontrava a segurança para pregar, dirigindo-se com a mesma firmeza a muitos como se fossem poucos. Ofereciam-lhe para benzer pães que eram guardados por muito tempo e curavam os doentes que os provavam. Brilhando pela luz dos milagres, converteu água em vinho; restituiu a capacidade de caminhar a um coxo em Toscanella; curou um paralítico em Narni; aí também devolveu a visão a uma mulher cega, afastando as antigas trevas; em Gúbio curou uma mulher contraída. Deixou incólume um outro atacado pelo demônio; devolveu à saúde e ao bom senso algumas mulheres atacadas pelo espírito maligno. Vários foram curados por suas ataduras. Multiplicou a comida em um navio, conduziu ao porto os que estavam naufragando. Procurava reverenciar com a maior devoção tudo que Cristo fez na carne e assim prestava atenção em tudo, para que nada lhe escapasse da memória. Dois anos antes de entregar o espírito ao céu, o servo e amigo de Deus Francisco, numa visão de Deus, viu em cima dele um Serafim crucificado que marcou os sinais de sua crucifixão nele de uma maneira tão evidente, que também ele parecia crucificado. Mãos, pés e lado foram assinalados pelo caráter da cruz; ficaram nele com clareza os estigmas de Cristo. Mas procurou esconder isso quanto pôde dos olhos das pessoas, para não vir a perder nada da graça que lhe fora dada. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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