Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Como conheceu o bem-aventurado Francisco e ficou amiga dele.

Afinal, querendo os seus que se casasse na nobreza, não concordou absolutamente. Fazia que adiava o matrimônio mortal e confiava sua virgindade ao Senhor. Foram esses os ensaios de virtude em sua casa paterna. Assim foram suas primícias espirituais e os prelúdios de santidade. Transbordando de perfumes, mesmo fechada, sua fragrância atraía, como um cofre de aromas. Sem o saber, começou a ser louvada pelos vizinhos. A justa fama divulgou seus atos secretos e se espalhou no povo a notícia de sua bondade. Quando ouviu falar do então famoso Francisco que, como homem novo, renovava com novas virtudes o caminho da perfeição, tão apagado no mundo, quis logo vê-lo e ouvi-lo, movida pelo Pai dos espíritos, de quem um e outra, embora de modo diferente, tinham recebido os primeiros impulsos. Ele, conhecendo a fama de tão agraciada donzela, não tinha menor desejo de ver e falar com ela para ver se podia arrebatar essa presa do século malvado (cfr. Gl 1,4) e reivindicá-la para seu Senhor, pois estava ávido de conquistas e viera despovoar o reino do mundo. Ele a visitou, e ela o fez mais vezes ainda, moderando a frequência dos encontros para evitar que aquela busca divina fosse notada pelas pessoas e mal interpretada por boatos. A moça saía de casa levando uma só companheira e frequentava os encontros secretos com o homem de Deus. Suas palavras pareciam flamejantes e considerava suas ações sobre-humanas. O Pai Francisco exortava-a a desprezar o mundo, mostrando com vivas expressões que a esperança do século é seca e sua aparência enganadora. Instilou em seu ouvido o doce esponsal com Cristo, persuadindo-a a reservar a jóia da pureza virginal para o bem-aventurado Esposo a quem o amor fez homem. Para que ficar em tantos pormenores? Ouvindo o pai santíssimo, que agia habilmente como o mais fiel padrinho, a jovem não retardou seu consentimento. Abriu-se lhe então a visão dos gozos celestes, diante dos quais o próprio mundo é desprezível. Seu desejo derreteu-a por dentro, seu amor fez com que ansiasse pelos esponsais eternos. Acesa no fogo celeste, desprezou tão soberanamente a glória da vaidade terrena que nada mais se apegou em seu coração dos afagos do mundo. Aborrecendo igualmente as seduções da carne, decidiu desde então desconhecer o tálamo de culpa (cfr. Sb 3,13), desejando fazer de seu corpo um templo só para Deus, esforçando-se por merecer as núpcias do grande Rei. Então, submeteu-se toda ao conselho de Francisco, tomando-o como condutor de seu caminho, depois de Deus. Por isso, sua alma ficou pendente de suas santas exortações, e acolhia num coração caloroso tudo que ele lhe ensinava sobre o bom Jesus. Já tinha dificuldade para suportar a elegância dos enfeites mundanos e desprezava como lixo tudo que aplaudem lá fora, para poder ganhar a Cristo (cfr. Fl 3,8). Bem depressa, para que o pó do mundo não pudesse mais empanar o espelho daquela alma límpida e o contágio da vida secular não fermentasse o ázimo de sua idade. Amém.

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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