Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a sua morte e o que faz antes de morrer.

Ele mesmo, quanto lhe permitiam suas forças, entoou o Salmo: “Lanço um grande brado ao Senhor, em alta voz imploro o Senhor” (Sl 141,2-8), etc. Convidou também todas as criaturas ao louvor de Deus e, usando uma composição que tinha feito em outros tempos, exortou-as ele mesmo ao amor de Deus. Chegou a exortar para o louvor até a própria morte, terrível e aborrecido para todos, e, correndo alegre ao seu encontro, convidou-a com hospitalidade: “Bem-vinda seja a minha irmã morte!” Ao médico disse: “Irmão médico, diga com coragem que minha morte está próxima, para mim ela é a porta da vida!” E aos frades: “Quando perceberdes que cheguei ao fim, do jeito que me vistes despido anteontem, assim me colocai no chão, e lá me deixai ficar mesmo depois de morto, pelo tempo que alguém levaria para caminhar sem pressa uma milha”. E assim chegou a hora. Tendo completado em si mesmo todos os mistérios de Cristo, voou feliz para Deus. Um frade dos seus discípulos, não pouco conhecido pela fama, viu a alma do santíssimo pai como uma estrela, com o tamanho da lua e a claridade do sol, pairando sobre as águas numerosas, levada em cima de uma nuvenzinha branca e subindo direto para o céu. Houve por isso um grande ajuntamento de muitos povos, louvando e glorificando o nome do Senhor. Toda a cidade de Assis veio em peso, e a região inteira se apressou para ver as grandezas de Deus, que o Senhor tinha demonstrado em seu servo. Lamentavam-se os filhos privados de tão excelente pai e demonstravam com lágrimas e suspiros o piedoso afeto de seu coração. Mas a novidade do milagre transformou o pranto em júbilo e o luto em comemoração. Viam o corpo do bem-aventurado pai ornado com os estigmas. No meio das mãos e dos pés estavam não os buracos dos cravos, mas os próprios cravos, feitos com sua carne e até unidos à sua carne, embora pretos como ferro. O lado direito parecia rubro de sangue. Sua carne, antes escura por natureza, mostrava agora a alvura brilhante que prometia os prêmios da ressurreição. Por fim, seus membros podiam dobrar-se, não tinham a rigidez que os mortos costumam ter, transformada na aparência da idade infantil. Frei Agostinho era, nesse tempo, ministro dos frades na Terra do Labor. Estava para morrer e já tinha perdido a fala bastante tempo antes, mas de repente, ouvindo todos os que estavam presentes clamou de repente e disse: “Espera-me, pai, espera-me! Já vou contigo.” Os frades ficaram muito admirados e perguntaram com quem estava falando. Ele respondeu com firmeza: “Não estais vendo nosso pai Francisco que vai indo para o céu?” E, na mesma hora, sua santa alma, livre do corpo, seguiu o santíssimo pai. A outro frade de vida louvável, suspenso em oração naquela noite e naquela hora, o glorioso pai apareceu vestido com uma dalmática de cor púrpura, acompanhado por uma multidão numerosa de pessoas. Muitos, que saíam dessa multidão, disseram ao frade: “Irmão, será que esse é o Cristo?” Ele respondia: “É ele mesmo”. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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