Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como o santo pai apareceu a um irmão depois no pensamento.
A outro frade de vida louvável, suspenso em oração naquela noite e naquela hora, o glorioso pai apareceu vestido com uma dalmática de cor púrpura, acompanhado por uma multidão numerosa de pessoas. Muitos, que saíam dessa multidão, disseram ao frade: “Irmão, será que esse é o Cristo?” Ele respondia: “É ele mesmo”. Mas outros também perguntavam: “Mas não é São Francisco?” O frade também dizia que era ele mesmo. E, de fato, tanto para o frade como para todos aqueles que o acompanhavam, dava a impressão de que Cristo e São Francisco era uma só pessoa. Os que sabem entender bem não vão achar temerária essa afirmação, porque aquele que adere a Deus torna-se um só espírito com ele, e o próprio Deus vai ser um só em todo no futuro. Finalmente o bem-aventurado pai chegou com aquela admirável multidão, a lugares agradabilíssimos, muito verdes pelo viço de todas as gramíneas irrigadas por água muito límpida, em plena primavera de flores e repletos de árvores de todas as espécies deliciosas. Levantava-se aí um palácio de tamanho admirável e de beleza ímpar, em que o novo habitante do céu entrou alegremente, indo encontrar lá dentro muitos frades. E começou a se banquetear gostosamente com os seus numa mesa esplendidamente preparada e cheia das mais variadas iguarias. O bispo de Assis tinha ido nesse tempo em peregrinação à igreja de São Miguel. Estava hospedado em Benevento, na volta, quando o pai São Francisco lhe apareceu em visão na noite de sua morte e lhe disse: “Pai, estou deixando o mundo e vou para Cristo”. Levantando-se, de manhã, o bispo contou a seus companheiros o que tinha visto e mandou chamar um secretário para tomar nota do dia e da hora do passamento. Ficou muito triste e chorou bastante pela dor de ter perdido o pai mais importante. Assim, de volta a sua terra, referiu tudo que tinha acontecido e deu graças sem fim ao Senhor por seus benefícios. Em nome do Senhor Jesus. Amém. No ano 1226 de sua Encarnação, no dia de outubro, dia que tinha predito, passados vinte anos desde que tinha aderido com perfeição a Cristo seguindo os vestígios e a vida dos apóstolos, o homem apostólico que foi São Francisco, solto das amarras da vida mortal, partiu felizmente para Cristo. Sepultado na cidade de Assis, começou a brilhar por toda parte por tantos e tão admiráveis milagres que, em breve, tinha arrastado grande parte do mundo para essa admiração dos novos tempos. Quando já estava famoso em diversas regiões pela novidade dos milagres, acorrendo de toda parte pessoas que se alegravam por ter sido liberada de males por seu benefício, o Senhor Papa Gregório, estando em Perusa com todos os cardeais e outros prelados das igrejas, começou a tratar de sua canonização. Todos concordaram, e disseram que eram do mesmo parecer. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.