Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Oração dos companheiros do santo a ele.
Quando já estava famoso em diversas regiões pela novidade dos milagres, acorrendo de toda parte pessoas que se alegravam por ter sido liberadas de males por seu benefício, o Senhor Papa Gregório, estando em Perusa com todos os cardeais e outros prelados das igrejas, começou a tratar de sua canonização. Todos concordaram, e disseram que eram do mesmo parecer. Leram e aprovaram os milagres que o Senhor operou por intermédio de seu servo, e exaltaram a vida e o comportamento do bem-aventurado pai com os maiores elogios. Foram convocados em primeiro lugar, para tão grande festa, os príncipes da terra, e toda a multidão de prelados, com um povo inumerável e, no dia marcado, entraram com o Santo Papa na cidade de Assis, para aí celebrar a canonização do santo, para sua maior glorificação. Chegando todos ao lugar preparado para tão solene convênio, pregou em primeiro lugar a todo o povo o Papa Gregório, e anunciou as grandezas de Deus com doce afeto. Louvou também o santo Pai Francisco em nobilíssimo sermão e, proclamando a pureza de sua vida, banhou-se em lágrimas. Portanto, terminado o sermão, estendendo as mãos para o céu, o Papa Gregório clamou em voz alta e sonora. Aqui estão, bem-aventurado pai nosso, os esforços da simplicidade com que procuramos louvar de alguma maneira teus feitos magníficos, e contar pelo menos um pouco de tuas inumeráveis virtudes de santidade, para tua glória. Temos consciência de que nossas palavras tiraram muito do esplendor de teus feios, pois se demonstraram incapazes de manifestar tão grande perfeição. Pedimos, a ti e aos leitores, que pensem tanto em nosso afeto quanto em nosso esforço, alegrando-se porque as alturas de tua santidade superaram nossa pena humana. Quem poderia, ó egrégio entre os santos, conceber em si mesmo o ardor de teu espírito ou imprimi-lo nos outros? Quem poderia ter os afetos inefáveis que de ti fluíam constantemente para Deus? Mas escrevemos estas coisas deleitados em tua doce lembrança, que procuraremos transmitir aos outros enquanto vivermos, mesmo que seja balbuciando. Tu, que passaste fome, já te alimentas com a flor do trigo; tu que eras um sedento, já bebes na torrente do prazer. Mas não acreditamos que estejas a tal ponto inebriado com a fartura da casa de Deus, que tenhas esquecido teus filhos, pois até aquele a quem bebes lembra-se de nós. Arrasta-nos, pois, para ti, pai digno, para corrermos no odor de teus perfumes (cfr. Ct 1,3), nós que, de fato, vês mornos pela falta de vontade, lânguidos de preguiça, apenas meio vivos pela negligência! O pequeno rebanho já te segue com passo inseguro. Nossos pobres olhos ofuscados não suportam os raios de tua perfeição. Renova nossos dias, como no começo, ó espelho exemplar dos perfeitos, e não permitas que tenham vida diferente da tua os que são conformes a ti pela profissão! …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.