Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Oração dos companheiros do santo a ele.
Renova nossos dias, como no começo, ó espelho exemplar dos perfeitos, e não permitas que tenham vida diferente da tua os que são conformes a ti pela profissão! Eis que já nos prostramos humildemente, diante da clemência da Majestade eterna, pelo servo de Cristo, nosso ministro, sucessor de tua santa humildade, êmulo verdadeiro da pobreza, que tem o solícito cuidado de tuas ovelhas com doce afeto por amor do teu Cristo. Pedimos, ó santo, que o ajudes e abraces, para que siga sempre os teus vestígios e consiga para sempre o louvor e a glória que já conquistaste. Também suplicamos com todo afeto do coração, pai bondosíssimo, por aquele teu filho que escreveu com carinho os teus louvores, já uma vez no passado e também agora. Conosco ele te oferece e dedica este opúsculo que coligiu com todo o seu esforço, mesmo que não seja digno por seus méritos. Digna-te conservá-lo e livrá-lo de todo mal, fazendo crescer seus santos merecimentos e agregando-o para sempre ao consórcio dos santos por tuas preces. Lembra-te, pai, de todos os teus filhos, pois tu que és santíssimo sabes como seguem os teus vestígios de longe, no meio de intrincados perigos. Dá forças para que possam resistir. Purifica-os para que resplandeçam. Alegra-os para que sejam felizes. Infunde sobre eles o espírito da graça e da oração (cfr. Zc 12,10), para terem a verdadeira humildade que tiveste, para observarem a pobreza que tiveste, para merecerem o amor com que sempre amaste o Cristo crucificado. Que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém. No começo desta narração, em que vamos contar os milagres de nosso santíssimo Pai Francisco, decidimos destacar acima de tudo o milagre solene que foi para o mundo uma advertência, um despertar e um estremecimento. Refiro-me ao nascimento da religião, fecundidade da estéril, geração de grupos tão variados. Via o velho mundo decompondo-se na podridão do vício; as ordens desviadas das trilhas apostólicas, e a noite do pecado já no meio, impondo-se o silêncio às disciplinas sagradas quando, de repente, surgiu na terra um homem novo e ao súbito aparecimento de um novo exército, os povos se maravilharam diante dos sinais de renovação apostólica. Desponta logo na luz a perfeição da Igreja primitiva, já sepultada, pois o mundo lia suas grandezas, mas não via seus exemplos. Como não lembrar que os últimos serão os primeiros (Mt 19,30), se vemos que, maravilhosamente, transformaram-se os corações dos pais nos filhos, e os dos filhos nos pais (Ml 4,6)? Será que podemos desconsiderar a célebre e famosa missão das duas Ordens e deixar de perceber o presságio de alguma coisa de grande que virá em breve? Desde os tempos dos apóstolos, não foi proposto ao mundo ensinamento tão autorizado, tão admirável. Admirável fecundidade de uma estéril! Pois era mesmo estéril e seca esta religião, afastada de toda terra úmida dos bens terrenos. Estéril porque não colhe nem guarda em celeiros (Mt 6,26), como não leva pelo caminho do Senhor sacola (Lc 9,3; At 18,25) cheia. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.