Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Sua grande caridade para com as Irmãs

Quando ouvia a santa pregação, ficava tão inundada de gozo e gostava tanto de recordar o seu Jesus que, uma vez, durante a pregação de Frei Filipe de Atri apareceu um menino muito bonito para a virgem Clara e a consolou durante grande parte do sermão com as suas graças. Diante dessa aparição, a Irmã que mereceu ser testemunha do que a madre viu sentiu-se inundada por uma suavidade inefável. Não tinha formação literária mas gostava de ouvir os sermões dos letrados, sabendo que na casca das palavras ocultava-se o miolo que tinha a sutileza de alcançar e o gosto de saborear. De qualquer sermão, conseguia tirar proveito para a alma, pois sabia que não vale menos poder recolher de vez em quando uma flor de um áspero espinheiro que comer o fruto de uma árvore de qualidade. Uma vez, o Papa Gregório proibiu qualquer frade de ir sem sua licença aos mosteiros das senhoras. A piedosa madre, doendo-se porque ia ser mais raro para as Irmãs o manjar da doutrina sagrada, gemeu: “Tire-nos também os outros frades, já que nos privou dos que davam o alimento de vida”. E devolveu ao ministro na mesma hora todos os irmãos, pois não queria esmoleres para buscar o pão do corpo, se já não tinha esmoleres para o pão do espírito. Quando soube disso, o Papa Gregório deixou imediatamente a proibição nas mãos do ministro geral. A venerável abadessa não amava só as almas das filhas: servia também seus corpos com o zelo de uma caridade admirável. Muitas vezes, no frio da noite, cobria-as com as próprias mãos, enquanto dormiam, e queria que se contentassem com um regime mais benigno as que via incapacitadas para a observância do rigor comum. Se alguma, como acontece, estivesse perturbada por uma tentação, ou tomada de tristeza, chamava-a à parte e a consolava entre lágrimas. Às vezes, se ajoelhava aos pés das que sofriam para aliviá-las com carinho materno. As filhas, gratas por sua bondade, correspondiam com toda dedicação. Acolhiam o carinho afetuoso da mãe, respeitavam na mestra o cargo de governo, acompanhavam o procedimento correto da formadora e admiravam na esposa de Deus a prerrogativa de uma santidade tão completa. Tinha corrido quarenta anos no estádio (cfr. 1Cor 9,24) da altíssima pobreza (cfr. 2Cor 8,2) e já chegavam muitas dores, precedendo o prêmio do chamado eterno. O vigor de corpo, castigado nos primeiros anos pela austeridade da penitência, foi vencido no final por dura enfermidade, para enriquecê-la, doente, com o mérito das obras. A virtude aperfeiçoa-se na enfermidade (cfr. 2Cor 12,9). Vemos a que ponto acrisolou-se na doença sua virtude maravilhosa principalmente porque, em vinte e oito anos de contínua dor, não se ouviu murmuração nem queixa. De seus lábios brotavam sempre santas palavras, uma ação de graças contínua. Amém.

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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