Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Como, estando ela doente, o senhor Inocêncio a visitou, absolveu e abençoou

De seus lábios brotavam sempre santas palavras, uma ação de graças contínua. Embora parecesse correr para o fim, oprimida pelo peso das doenças, aprouve ao Senhor adiar sua morte até o momento em que pudesse ser exaltada com dignas honras pela Igreja romana, de que era obra e filha singular. Pois, demorando-se o sumo pontífice com os cardeais em Lião, Clara começou a sentir-se mais oprimida que de costume pela doença, e uma espada de dor enorme atormentava as almas de suas filhas. Nessa ocasião, uma serva de Cristo, virgem consagrada a Deus no mosteiro de São Paulo da ordem de São Bento, teve uma visão: estava em São Damião, com suas Irmãs, assistindo a doença de dona Clara, e a via deitada numa cama preciosa. Elas choravam, esperando em lágrimas a partida da bem-aventurada Clara, quando apareceu uma formosa mulher à cabeceira da cama e lhes disse: “Não chorem, ó filhas, essa mulher que vai vencer; porque não poderá morrer, enquanto não vier o senhor com seus discípulos”. De fato, a corte romana chegou a Perusa logo depois. Sabendo que ela tivera uma piora na doença, o senhor ostiense correu de Perusa a visitar a esposa de Cristo, de quem fora pai por ofício, sustentáculo pela atenção, amigo sempre devoto por puríssimo afeto. Alimentou a enferma com o sacramento do Corpo do Senhor e também as outras com um salutar sermão. Ela só suplicava o Pai em lágrimas, recomendando-lhe sua alma e as das outras senhoras, pelo nome de Cristo. Mas pedia acima de tudo que obtivesse do senhor Papa e dos cardeais a confirmação do Privilégio da Pobreza. E foi isso que aquele fidelíssimo amigo da Ordem realizou de fato como prometeu de palavra. Um ano depois, o senhor Papa passou de Perusa para Assis com os cardeais, cumprindo-se assim a referida visão sobre o trânsito da santa. Porque o Sumo Pontífice, colocado além dos homens e aquém de Deus, representa a pessoa do Senhor; e os senhores cardeais a ele se unem como os discípulos, no templo da Igreja militante. A divina providência já acelerava o cumprimento de seu plano para Clara: Cristo tinha pressa de sublimar no palácio do reino supremo a pobre peregrina. Ela já desejava e suspirava de todo coração por livrar-se do corpo mortal (cfr. Rm 7,24) para ver reinando nas etéreas mansões o Cristo pobre que ela, pobrezinha, seguira na terra de todo coração. Juntou-se nova fraqueza a seus membros sagrados, gastos pela velha doença, indicando sua próxima chamada para o Senhor e preparando-lhe o caminho da salvação eterna. O senhor Inocêncio IV, de santa memória, foi logo visitar a serva de Cristo com os cardeais e não teve dúvida de honrar com a presença papal a morte daquela, cuja vida provara estar acima das mulheres de nosso tempo. Entrou no mosteiro, foi ao leito, chegou a mão à boca da doente para que a beijasse. Ela a tomou agradecida e pediu com maior reverência para beijar o pé do Apostólico. Amém.

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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