Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

Como respondeu a sua irmã que chorava

Ela a tomou agradecida e pediu com maior reverência para beijar o pé do Apostólico. Cortês, o senhor subiu reverentemente a um banquinho de madeira para ajeitar o pé que ela, reverentemente inclinada, cobriu de beijos por cima e por baixo. Depois, pediu com rosto angelical ao Sumo Pontífice a remissão de todos os pecados. Ele exclamou: “Oxalá precisasse eu de tão pouco perdão! ” E lhe deu plena absolvição e a graça de uma ampla bênção. Quando todos saíram, como tinha recebido nesse dia a hóstia sagrada das mãos do ministro provincial, de olhos levantados para o céu e de mãos juntas para o Senhor, disse às Irmãs, entre lágrimas: “Filhinhas minhas, louvem o Senhor, porque hoje Cristo dignou-se fazer-me tão grande benefício que céu e terra não bastariam para pagar. Hoje, prosseguiu, recebi o Altíssimo e mereci ver o seu Vigário”. Rodeavam a cama da mãe aquelas filhas que bem depressa ficariam órfãs, com a alma atravessada por uma espada de dor (cfr. Lc 2,35). Não se deixavam levar pelo sono nem afastar pela fome: esquecidas da cama e da mesa, dia e noite só queriam chorar. Entre elas, a devota virgem Inês, saturada de lágrimas amargas, pedia sem parar à irmã que não se fosse, deixando-a sozinha. Clara disse: “Irmã querida, apraz a Deus que eu me vá. Mas pare de chorar, porque você vai chegar diante do Senhor logo depois de mim, e Ele lhe dará uma grande consolação antes de eu me separar de você”. No fim, pareceu debater-se em agonia durante muitos dias, nos quais foi crescendo a fé das pessoas e a devoção do povo. Também foi honrada diariamente como verdadeira santa por visitas frequentes de cardeais e prelados. O admirável é que, não podendo tomar alimento algum durante dezessete dias, revigorava-a o Senhor com tanta fortaleza que ela confortava no serviço de Cristo todos que a visitavam. Exortada pelo bondoso Frei Reinaldo a ser paciente no longo martírio de todas essas doenças, respondeu com voz mais solta: “Irmão querido, desde que conheci a graça de meu Senhor Jesus Cristo por meio do seu servo Francisco, nunca mais pena alguma me foi molesta, nenhuma penitência foi pesada, doença alguma foi dura”. Mas quando o Senhor agiu mais de perto e já parecia às portas, quis ser assistida por sacerdotes e frades espirituais, para recitarem a paixão do Senhor e suas santas palavras. Aparecendo com eles Frei Junípero, egrégio menestrel do Senhor, que costumava soltar ditos ardentes de Deus, cheia de renovada alegria, ela perguntou se tinha algo novo sobre o Senhor. Ele abriu a boca, deixou sair centelhas ardentes da fornalha do fervoroso coração, e a virgem de Deus ficou muito consolada com suas parábolas. Voltou-se enfim para as filhas em lágrimas, recomendando a pobreza do Senhor e lembrando em louvores os benefícios divinos. Abençoou seus devotos e devotas e implorou a graça de uma ampla bênção sobre todas as senhoras dos mosteiros de pobres, tanto presentes como futuras. Amém.

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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