Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre as pessoas que ele libertou da boca da morte.
Na aldeia de Pofi, na Campânia, um sacerdote chamado Tomás foi com diversos homens consertar um moinho de sua igreja. Mas abaixo do moinho havia uma garganta profunda, onde escorria um canal bastante caudaloso. Andando o sacerdote descuidado pela beira do canal, de repente caiu lá dentro, sendo levado depressa pela correnteza para as pás que moviam o moinho. Ficou preso imóvel nas tábuas, totalmente incapaz de se mover. Do jeito que estava deitado, corria sobre o seu rosto o ímpeto das águas, impedindo-o miseravelmente de ouvir e de enxergar. Já não tinha boca, mas apenas o coração para invocar debilmente a São Francisco. Ficou assim prostrado por muito tempo e os companheiros voltaram correndo, já sem esperança de salvá-lo. Um moleiro disse: “Vamos virar com força o moinho ao contrário, para que solte o cadáver”. Apoiaram-se com força, fizeram virar ao contrário e viram que o corpo libertado ainda respirava na água. Enquanto o sacerdote continuava a revirar-se semivivo na água, apareceu um frade menor, vestido de alva e cingido com um cordão, e o puxou para fora do canal pelo braço, com grande suavidade, dizendo: “Eu sou Francisco, que invocaste”. Assim libertado, ele ficou assustado e corria para cá e para lá dizendo: “Frei, Frei! ”. E para os que o rodeavam: “Onde ele está? Por onde foi embora? ” A tremer aqueles homens caíram ajoelhados no chão, glorificando a Deus e a seu santo. Na província de Capitanata, alguns meninos do burgo de Celano tinham saído juntos para colher ervas. Naquela região campestre havia um velho poço, cuja boa estava coberta por um mato viçoso, mas que continha uns quatro passos de água. Enquanto os meninos corriam de um lado para o outro, de repente um deles caiu no poço. Quando sofreu o naufrágio terrestre, invocou o sufrágio celeste. “São Francisco”, disse enquanto estava caindo, “me ajuda! ”. Os outros, andando para lá e para cá, enquanto o outro menino não aparecia, buscavam-no com gritos, rodeio e lágrimas. Por fim chegaram à boca do poço e, pelos sinais deixados na erva que estava se levantando outra vez, perceberam que o menino caíra lá dentro. Correram chorando para o burgo, chamaram uma porção de homens e voltaram, considerando-o já perdido. Um homem foi baixado no poço por uma corda e viu que o menino estava na superfície da água, sem ter sofrido nenhuma lesão. Tirado do poço, o menino contou a todos os presentes: “Quando caí de repente, invoquei a proteção do bem-aventurado Francisco, que logo se apresentou enquanto eu caía e estendendo uma mão me segurou delicadamente, e não me deixou enquanto não me tirou do poço junto de vós”. Tinham desistido da cura de uma menina de Ancona, acabada por mortal doença, e já faziam preparativos para sua morte e enterro. Já no fim da respiração, apareceu São Francisco, dizendo-lhe: “Confia, filha, porque por minha graça já estás plenamente livre. E não contarás a ninguém está cura que te dou, até de tarde”. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.