Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Sobre os náufragos libertados.
Vamos invocar esse tal de Francisco, que é um santo novo, para que mergulhe no mar com o seu capuz e recupere as âncoras perdidas. Vamos oferecer uma onça de ouro a sua igreja que está sendo construída em Ortona, se percebermos que ele ajuda”. Os outros concordaram temerosos e, mesmo reprovando o irreverente, apoiaram o voto. No mesmo momento, sem esforço algum, as âncoras boiaram, como se o ferro tivesse virado madeira. Um peregrino, inválido de corpo e nada sadio de mente por uma loucura que tinha sofrido no passado, voltava do ultramar com a mulher, em um navio. Como não estava completamente livre da doença e tivesse muita sede, como já faltava água, começou a gritar: “Tende confiança e tirai um copo para mim, porque o bem-aventurado Francisco me encheu a garrafa de água”. Foi uma maravilha! Viram cheia a garrafa que tinham deixado vazia e sem nada. Alguns dias depois, levantando-se uma tempestade, o navio era coberto pelas ondas e sacudido por vagalhões enormes, de modo que já temiam naufragar, e o mesmo doente começou a gritar pelo navio: “Levantai-vos todos, vamos ao encontro do bem-aventurado Francisco que está chegando! Ele veio nos salvar”. Assim, gritando e com lágrimas no rosto, prostrou-se. Vendo o santo, o doente recuperou na mesma hora a saúde e houve tranquilidade no mar. Frei Tiago de Rieti queria atravessar um rio em uma barquinha; depositou primeiro os companheiros na margem e depois se preparou para partir. Mas a barquinha virou acidentalmente e, enquanto o barqueiro saiu nadando, o o frade foi para o fundo. Os frades que estavam fora invocavam com gritos afetuosos o bem-aventurado Francisco e tentavam obrigá-lo com preces lacrimosas a salvar o filho. Também o frade submerso, lá dentro da água caudalosa, não podendo rezar, clamava no coração, como podia. E assim, com a auxílio da presença do pai, andava lá pelo fundo como se estivesse no seco, pegou a barquinha afundada e chegou à margem com ela. E o mais admirável: suas roupas não estavam molhadas, nem uma gota de água tinha chegado à túnica. Navegavam pelo lago de Rieti, dois homens, duas mulheres e um menino. De rebente a barca virou e se encheu de água, parecendo que eles estavam para morrer. Todos gritavam, já certos da morte, mas uma das mulheres gritou com uma confiança muito grande: “São Francisco, que quando vivias na carne me concedeste o dom da tua amizade, traz agora do céu a ajuda para os que estão perecendo”. Chamado, o santo se apresentou de repente e levou a barca cheia de água com toda segurança até o porto. Tinham levado consigo na barca uma espada que, milagrosamente, seguia-os boiando na água. Alguns marinheiros de Ancona, colhidos por forte tempestade, já se viam no perigo de afundar. Mas, sem esperança de sobreviver, invocaram suplicantes a São Francisco e apareceu uma grande luz no mar, trazendo com ela uma tranquilidade concedida por Deus. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.