Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora Tomás de Celano. Como foi primeiro chamado de João, depois de Francisco, o que também ele profetizou que ia acontecer a seu respeito, e da paciência na prisão.

 Recebeu de sua mãe o nome de João quando deixou de ser filho da ira para ser filho da graça, ao renascer da água e do Espírito Santo. Essa mulher, modelo de retidão, era de uma virtude notável, e teve o privilégio de se parecer com Santa Isabel, tanto pelo nome que deu ao filho como pelo espírito profético. Pois, quando os vizinhos se admiravam da grandeza de alma e da integridade de Francisco, dizia, como que inspirada: “Quem vocês pensam que vai ser este meu filho? Ainda vão ver que, pelos seus merecimentos, vai ser um verdadeiro filho de Deus”. De fato, era essa a opinião de várias pessoas quando, já mais grandinho, Francisco conquistou a simpatia de todos por seus bons esforços. Sempre afastava de si tudo que pudesse parecer injúria para alguém e, como um adolescente bem-educado, parecia a todos que não era descendente da linhagem daqueles que eram conhecidos como seus pais. Por isso o nome João convém à missão que recebeu, mas Francisco convinha melhor à difusão de sua fama que, quando ele se voltou plenamente a Deus, chegou rapidamente a toda parte. Para ele a festa mais importante entre as de todos os santos era a de São João Batista, cujo nome insigne o havia marcado com uma força mística. Entre os nascidos de mulher não apareceu nenhum maior do que o primeiro (cfr. Mt 11,11); entre os fundadores de Ordens não houve nenhum mais perfeito do este. Esta observação merece certamente ser proclamada. João profetizou fechado no segredo do seio materno. Francisco predisse o futuro no cárcere do mundo, quando ainda desconhecia os planos de Deus. De fato, numa ocasião em que os cidadãos de Perusa e os de Assis se viram envolvidos em não pequena desgraça por causa da guerra, Francisco foi preso com muitos outros e sofreu com eles as penúrias do cárcere. Os companheiros deixavam-se abater pela tristeza, lamentando-se do cativeiro, mas Francisco exultava no Senhor, ria-se e fazia pouco da cadeia. Ofendidos, os outros increparam essa alegria na prisão, julgando-o louco e demente. Francisco respondeu profeticamente: “Do que vocês acham que estou exultando? Estou pensando em outra coisa: ainda vou ser venerado como santo por todo mundo”. E, de fato, cumpriu-se tudo que ele disse. Entre os prisioneiros havia um soldado soberbo e muito insuportável, que todos os outros resolveram ignorar. Mas a paciência de Francisco foi firme: tolerava o insuportável e conseguiu fazer com que todos voltassem às pazes com ele. Aberto a todas as graças, era um vaso escolhido de virtudes, já a transbordar de carismas por todos os lados. Libertado da prisão pouco tempo depois, tornou-se ainda mais bondoso para com os necessitados. Resolveu, desde então, não desviar o rosto de pobre nenhum (cfr. Tb 4,7), de ninguém que ao pedir lembrasse o amor de Deus. Um dia encontrou um cavaleiro pobre e quase nu, ficou com pena e, levado pelo amor de Cristo, deu-lhe generosamente a roupa elegante que estava vestindo. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui