Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a compreensão que teve das Sagradas Escrituras e do valor de suas palavras.

Por isso sempre teve o maior amor para com a Ordem e contou a muita gente esse fato, dizendo que tinha sido um milagre. É assim que os servos de Deus devem prestar um ao outro os seus favores. É bom que entre eles haja essa comunhão de dar e receber. A amizade santa, também chamada de amizade espiritual, contenta-se com a oração e dá pouco valor aos favores terrenos. Acho que é próprio de uma amizade santa ajudar e ser ajudado na luta espiritual, recomendar e ser recomendado diante do tribunal de Cristo. Como não deve ter subido alto a oração quem foi capaz de elevar assim uma outra pessoa por seus merecimentos! Embora este homem bem-aventurado não tenha tido nenhum estudo, aprendeu as coisas que são do alto, da sabedoria que vem de Deus e, iluminado pelos fulgores da luz eterna, não era pouco o que entendia das Sagradas Escrituras. Sua inteligência purificada penetrava os segredos dos mistérios, e, onde ficava fora a ciência dos mestres, entrava seu afeto cheio de amor. Lia os livros sagrados de quando em quando, mas, o que punha uma vez na cabeça ficava indelevelmente escrito em seu coração. “Tinha memória no lugar dos livros”, porque não perdia o que tivesse ouvido uma única vez, pois ficava refletindo com amor em contínua devoção. Dizia que esse modo de aprender e de ler era muito vantajoso, e não o de ficar folheando milhares de tratados. Achava que filósofo verdadeiro era o que preferia mais a vida eterna do que todas as outras coisas. Afirmava que passaria facilmente do conhecimento de si mesmo para o conhecimento de Deus aquele que estudasse as Escrituras com humildade e sem presunção. Era frequente resolver oralmente as dúvidas de algumas questões, porque, embora não perito nas palavras, destacava-se vantajosamente na inteligência e na virtude. Quando estava em Sena, apareceu por lá um frade da Ordem dos Pregadores, homem verdadeiramente espiritual e doutor em sagrada teologia. Tendo visitado o bem-aventurado Francisco, ele e o santo saborearam juntos por algum tempo uma conversa muito agradável sobre as palavras do Senhor. Então o mestre interrogou-o sobre aquela passagem de Ezequiel: “Se não advertires ao ímpio sobre sua impiedade, eu te pedirei contas de seu sangue” (cfr. Ez 3,18). E esclareceu: “São muitos, bom pai, os que eu conheço e sei que estão em pecado mortal, mas nem sempre lhes mostro sua impiedade. Será que Deus vai me pedir contas de suas almas? ” São Francisco respondeu que era um ignorante e que por isso estava mais na situação de aprender com ele do que na de dar sentenças sobre as Escrituras, mas o humilde mestre lhe disse: “Irmão, já ouvi a exposição de alguns sábios sobre esse texto, mas gostaria de saber qual é o teu pensamento”. Falou, então, São Francisco: “Se é em geral que devemos entender essa palavra, eu acho que o servo de Deus deve arder tanto na vida e na santidade, que repreenda todos os maus com a luz de seu exemplo e com a voz de seu comportamento. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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