Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Quando foi exortado ao estudo da leitura, respondeu a um irmão sobre o que sabia.

Falou, então, São Francisco: “Se é em geral que devemos entender essa palavra, eu acho que o servo de Deus deve arder tanto na vida e na santidade, que repreenda todos os maus com a luz de seu exemplo e com a voz de seu comportamento. Assim, direi, o esplendor da vida e o bom perfume da fama é que a todos vão anunciar sua iniquidade”. Aquele varão saiu muito edificado, e disse aos companheiros do bem-aventurado Francisco: “Meus irmãos, a teologia desse homem, firmada na pureza e na contemplação, é uma águia a voar; nossa ciência arrasta-se pela terra”. Em outra ocasião, estando na casa de um cardeal, em Roma, foi interrogado sobre textos obscuros, colocou-os numa luz tão profunda que parecia alguém que vivesse estudando as Escrituras. Disse-lhe o senhor cardeal: “Não te interrogo como a um letrado, mas como a um homem que possui o espírito de Deus, e aceito de tão boa vontade a resposta da tua compreensão porque sei que vem apenas de Deus”. Quando estava doente e cheio de achaques, disse-lhe uma vez um companheiro: “Pai, sempre te refugiaste nas Escrituras, elas sempre foram um remédio para tuas dores. Peço que mandes ler alguma coisa dos profetas, pode ser que teu espírito exulte no Senhor”. O santo respondeu: “É bom ler os testemunhos das Escrituras, é bom procurar nelas Deus nosso Senhor, mas eu já aprendi tantas coisas nas Escrituras que para mim é mais do que suficiente recordar e meditar. Não preciso mais nada, filho. Conheço o Cristo pobre e crucificado”. Havia na Marca de Ancona um secular que, esquecido de sua salvação e ignorante de Deus, entregara-se totalmente à vaidade. Chamavam-no “Rei dos Versos”, porque se projetara como cantor de coisas desavergonhadas e compositor de canções mundanas. Resumindo: Ficou tão famoso nas glórias deste mundo, que chegou a ser coroado com toda a pompa pelo próprio imperador. Enquanto assim caminhava nas trevas e arrastando a iniquidade nas rédeas da vaidade, a bondade divina teve compaixão dele e resolveu chamá-lo para que não viesse a perecer abandonado. Por providência divina, encontraram-se em um mosteiro de pobres reclusas ele e o bem-aventurado Francisco. O bem-aventurado pai fora com seus companheiros para visitar suas filhas; o cantor fora com muitos colegas visitar uma parenta. A mão de Deus pousou sobre ele, que viu com seus olhos corporais São Francisco assinalado por duas espadas refulgentes e cruzadas, uma da cabeça aos pés e outra atravessando o peito, de uma mão à outra. Não conhecia São Francisco, mas, depois de tão surpreendente milagre, identificou-o imediatamente. Espantado pelo que tinha visto, começou imediatamente a fazer bons propósitos, ainda que para o futuro. Mas o bem-aventurado pai, por sua vez, tendo pregado primeiro a todos em comum, traspassou o homem com a espada da palavra de Deus. Admoestou-o com bondade a respeito da vaidade do mundo e do seu desprezo, e terminou cravando seu coração com a ameaça dos julgamentos de Deus. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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