Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a conversão do mesmo Frei Silvestre, e sobre uma visão dele.

Por isso, mais tarde, falando para eles, São Francisco disse, no início da pregação: “Dirijo-me a vós como a homens antes subjugados pelo diabo e prisioneiros dos demônios, mas sei que fostes libertados pelas preces de um certo pobre”. Parece-me que não é indigno referir aqui como foi a conversão desse Frei Silvestre e como foi levado pelo Espírito Santo a entrar na Ordem. Silvestre tinha sido um sacerdote secular de Assis, de quem o homem de Deus tinha comprado pedras para reparar uma igreja. Quando viu que Frei Bernardo, primeira mudinha da Ordem dos Menores depois do santo de Deus, tinha deixado com perfeição tudo que era seu e o estava dando aos pobres, acendeu-se em voraz cobiça e queixou-se ao homem de Deus de que não tinha pago como devia pelas pedras recebidas. Francisco sorriu, percebendo o veneno da avareza que tinha atacado o padre. Mas, querendo de qualquer jeito dar alívio àquele maldito ardor, encheu-lhe as mãos de dinheiro, sem contar. O padre Silvestre ficou contente com o que recebera, e mais admirado ainda com a liberalidade de quem o tinha dado. Voltando para casa, pensou muitas vezes no que tinha acontecido e começou a levantar contra si mesmo a feliz acusação de que já estava envelhecendo e amava o mundo, enquanto aquele jovem o espantava por um desprendimento tão grande de todas as coisas. Com isso ficou penetrado do bom perfume, e Cristo lhe abriu seu coração cheio de misericórdia. Mostrou-lhe, através de uma visão, como eram valiosas e eminentes aos seus olhos as obras de Francisco e como enchiam o mundo inteiro. Pois viu, em sonhos, uma cruz de ouro que saía da boca de Francisco, tocava os céus com sua ponta e se abria para os dois lados, abraçando o mundo inteiro. Compungido pela visão, o sacerdote deixou de lado toda demora perniciosa, abandonou o mundo e se faz um imitador perfeito do homem de Deus. Começou a levar uma vida perfeita na Ordem e, pela graça de Cristo, chegou à mais alta perfeição. Mas como vamos ficar admirados se Francisco apareceu crucificado, se sempre esteve tão unido à cruz? E como teve essa cruz maravilhosa sempre enraizada em seu interior, também não admira que tenha feito desabrochar flores da terra boa e produzido ramos e frutos tão vistosos. Não podia produzir outra coisa esse chão desde o princípio totalmente dominado pela cruz. Mas vamos continuar agora o nosso assunto. Havia um frade atormentado continuamente por uma tentação do espírito, que é muito mais sutil e pior que uma tentação da carne. Por fim, foi a São Francisco e se lançou humildemente a seus pés. Banhado em lágrimas muito amargas, não conseguia dizer nada, impedido pelos altos soluços. O pai ficou com pena dele e, vendo que estava sendo molestado por impulsos malignos, disse: “Eu vos mando pela virtude de Deus, ó demônios, que deixeis de atormentar meu irmão, como ousastes fazer até agora”. Dissipou-se imediatamente a escuridão das trevas, o frade se levantou livre e não sentiu mais o tormento, como se nunca o tivesse tido. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui