Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre um irmão libertado de uma tentação.
Por isso, eles, tinham se ajuntado para afastar o espírito, vendo um espírito mais pronto na carne debilitada, confundidos de vergonha, desapareceram de uma vez. Quando amanheceu, o companheiro voltou e, encontrando o santo prostrado diante do altar, ficou esperando fora do coro e aproveitou o tempo para rezar ele mesmo fervorosamente diante da cruz. Eis que entrou em êxtase e viu, entre muitos outros tronos no céu, um mais digno que os outros, ornado de pedras preciosas e refulgente de toda glória. Admirou-se com o nobre trono dentro de si e ficou pensando calado a quem pertenceria. Então ouviu uma voz que lhe dizia: “Este trono pertenceu a um dos que caíram, e agora está reservado para o humilde Francisco”. Enfim, quando voltou a si, o frade viu o bem-aventurado Francisco sair da oração e, pouco depois, prostrado com os braços em forma de cruz, falou com ele como se dirigisse a alguém que reinava no céu e não que vivia na terra: “Pai, pede por mim ao Filho de Deus, para que não me impute os pecados! ” Estendendo a mão o homem de Deus o levantou, sabendo que algo lhe fora mostrado na oração. Depois, quando iam indo embora, o frade perguntou a São Francisco dizendo: “Pai, qual é a tua opinião a respeito de ti mesmo? ” Ele respondeu: “Acho que sou o maior dos pecadores porque, se Deus tivesse demonstrado a algum criminoso toda a misericórdia que teve comigo, ele seria dez vezes mais espiritual que eu”. Então o Espírito disse imediatamente no coração do frade: “Fica certo de que tiveste uma visão verdadeira, porque a humildade vai levar o humilde para o trono que foi perdido pela soberba”. Um frade espiritual e antigo na Ordem, atormentado por grande tribulação da carne, parecia ter sido arrebatado à profundidade do desespero. Seu sofrimento dobrava cada dia, porque tinha uma consciência mais escrupulosa que discreta, que o forçava a confessar ninharias. Deveríamos confessar-nos diligentemente quando caímos nas tentações ainda que por pouco, não só porque as tivemos. Além disso, o frade se sentia tão envergonhado, apesar de não ter feito nada, que, com medo de contar tudo a um sacerdote, dividia as suas preocupações e as contava por pequenas partes, a diversos sacerdotes. Num dia em que estava andando com o bem-aventurado Francisco, o santo lhe disse: “Irmão, eu te digo que não deves mais confessar teu problema a ninguém. E não tenhas medo, porque o que acontece contigo e não fazes vai te valer para a coroa e não para a culpa! Todas as vezes, porém, que te sentires atribulado, rezarás sete pai-nosso, por minha conta”. Muito admirado de como o santo tivera conhecimento disso, o frade ficou jubiloso de gozo e, pouco depois, já estava livre de todo o problema. O santo garantia que o remédio mais seguro contra as mil armadilhas ou astúcias do inimigo era a alegria espiritual. Costumava dizer: “A maior alegria do diabo é quando pode roubar ao servo de Deus o gozo do espírito. Carrega um pó para jogar nos menores meandros da consciência, para emporcalhar a candura da mente e a pureza de vida. Mas quando os corações estão cheios de alegria espiritual, a serpente derrama à toa o seu veneno mortal. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.