Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como se recomendaram um ao outro.
Se queres que produzam fruto na Igreja de Deus, conservai-os no estado de sua vocação. Reduzi-os ao chão, mesmo contra sua vontade. Por isso, pai, eu vos suplico: para que não sejam tanto mais soberbos quanto mais pobres, nem insolentes com os outros, de maneira alguma permitais que sejam promovidos a prelaturas”. Foi essa a resposta dos bem-aventurados. Que dizeis disso, filhos dos santos? A presunção e a inveja estão demonstrando que sois degenerados, e a ambição de bens prova que, além disso, sois também bastardos. Vós vos dilacerais e vos devorais mutuamente. Vossas lutas e rivalidades não provêm senão da concupiscência. Há uma batalha vossa contra as fileiras das trevas, um duro combate contra os exércitos dos demônios, e vós virais a espada uns contra os outros. Com os rostos voltados para o propiciatório, olhavam-se familiarmente vossos pais, cheios de sabedoria, mas os filhos, cheios de inveja, são pesados para olhar-se uns aos outros. Que pode fazer um corpo se tem o coração dividido? Realmente, o ensino da piedade poderia dar muito mais frutos pelo mundo inteiro se os ministros da palavra de Deus fossem mais fortemente unidos pelo vínculo da caridade. O que falamos e ensinamos torna-se tanto mais suspeito quanto mais se percebe em nós, por sinais evidentes, um certo fermento de ódio. Sei que o que estou falando não se aplica a alguns homens bons, mas aos ímprobos que bem acho que deveriam ser extirpados, para não prejudicar os santos. Que dizer, enfim, dos desejam postos elevados? Que seus pais chegaram ao reino pelo caminho da humildade, não pelo caminho das alturas. Os filhos estão perdidos andando nas curvas da ambição e não procuram o caminho da cidade em que eles moram. Que resta, senão que não alcancemos a glória cujo caminho não procuramos? Longe de nós, Senhor! Fazei-nos discípulos humildes sob as asas dos mestres humildes. Fazei com que – consanguíneos de espírito – nos queiramos bem e possamos ver os filhos de vossos filhos e a paz sobre Israel. Quando os servos de Deus deram as respostas que referimos, o bispo de Óstia ficou muito edificado com suas palavras e deu imensas graças a Deus. Quando saíram de lá, o bem-aventurado Domingos pediu a São Francisco que se dignasse dar-lhe a corda que tinha na cintura. São Francisco custou para fazer isso, negando-se com tanta humildade quanta era a amizade com que o outro fazia o pedido. Mas o pedido devoto acabou vencendo, e ele cingiu a corda com muito respeito embaixo de sua túnica. No fim, deram-se as mãos e fizeram as mais amigáveis recomendações mútuas. Disse um santo ao outro: “Frei Francisco, gostaria que a tua religião e a minha fossem uma só e vivessem de maneira semelhante na Igreja”. No fim, quando se separaram, São Domingos disse a muitas pessoas que estavam presentes: “Na verdade eu vos digo, os outros religiosos deveriam seguir esse santo homem que é Francisco, pois tão grande é a perfeição de sua santidade”. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.