Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Que sempre, por verdadeira obediência, teve um guardião.
No fim, quando se separaram, São Domingos disse a muitas pessoas que estavam presentes: “Na verdade eu vos digo, os outros religiosos deveriam seguir esse santo homem que é Francisco, pois tão grande é a perfeição de sua santidade”. Este esperto negociante, querendo lucrar de muitas as maneiras e aproveitar em merecimentos todo o tempo presente, decidiu viver dentro dos freios da obediência e submeter-se às ordens de outro. Por isso, não só resignou a seu cargo de geral, mas, para melhor proveito da obediência, pediu um guardião particular a quem tivesse que respeitar especialmente como prelado. Pois disse a Frei Pedro Cattani, a quem já tinha prometido antes obediência: “Eu te peço, pelo amor de Deus, que encarregues um de meus companheiros de fazer as tuas vezes junto de mim, para que eu lhe obedeça devotamente como se fosses tu. Eu sei qual é o proveito da obediência e que não perde nem um pouco de seu tempo quem submete o pescoço ao jugo de outro”. Como sua insistência foi atendida, permaneceu submisso até a morte, obedecendo sempre com reverência ao próprio guardião. Disse, uma vez, a seus companheiros: “Entre as outras coisas que a bondade de Deus se dignou conceder-me está a graça de ser capaz de obedecer a um noviço de uma hora, se me fosse dado como guardião, tanto quanto ao mais antigo e mais discreto. O súdito não deve considerar seu superior simplesmente como um homem, mas como aquele a quem se submeteu por amor. Quanto mais desprezível for o que manda, maior deve ser a humildade de quem obedece”. Noutra ocasião, sentado com seus companheiros, São Francisco suspirou: “É difícil encontrar no mundo inteiro um religioso que obedeça com perfeição a seu prelado”. Atingidos, os companheiros disseram: “Diz-nos, pai, qual é a maior e mais perfeita obediência? ” E ele, fazendo uma comparação com um corpo morto, descreveu o verdadeiro obediente: “Pegai um cadáver exânime. Ponde-o onde quiserdes. Vereis que não se incomodará de ser movimentado, não se queixará do lugar, nem reclamará pôr o terem largado. Se for colocado numa cátedra, vai olhar para baixo, não para cima. Se for vestido de púrpura, vai ficar duas vezes mais pálido. Esse é o verdadeiro obediente: não fica pensando em porquê foi mudado, não se importa com o lugar onde o puseram, não fica pedindo para ser transferido. Se lhe dão um cargo, mantém a humildade costumeira. Quanto mais honrado, mais se acha indigno”. Uma outra vez, falando do mesmo assunto, disse que as licenças dadas a pedido são verdadeiras licenças, mas a que for oferecida sem ter sido pedida é uma obediência sagrada. Que uma e outra eram boas, mas a segunda, mais garantida. Mas achava que a melhor de todas, em que nem havia nada de “carne e sangue”, era a obediência de ir “entre os infiéis por divina inspiração”, tanto para o proveito dos outros como pelo desejo do martírio. Achava que pedir essa obediência era coisa muito aceita por Deus. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.