Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Revelação que lhe foi feita: quando era servo de Deus e quando não era.

Numa ocasião em que estava sofrendo por causa dos maus exemplos e se apresentou perturbado na oração, interpelou-o o Senhor: “Por que te perturbas, homenzinho? Será que eu te coloquei como pastor de minha religião para desconheceres que o patrono principal sou eu? Foi para isso que eu te escolhi, homem simples, para que os que desejarem sigam as obras que eu fizer em ti e que devem ser imitadas por todos os demais. Eu chamei, guardarei e apascentarei. Para reparar a queda de uns, colocarei outros: se não tiverem nascido, eu mesmo os farei nascer. Por isso, não te perturbes, mas cuida de tua salvação porque, mesmo que a religião ficasse reduzida a três, permaneceria sempre firme pela minha proteção”. Depois disso, ele costumava dizer que a santidade de um só superava a multidão dos imperfeitos, porque um só raio de luz basta para dissipar densas trevas. Desde que este homem começou a se ligar ao Senhor, desprezando as coisas que passam, mal permitiu mais que fosse desperdiçada a menor fração de seu tempo. De fato, apesar de já ter acumulado abundantes méritos nos tesouros do Senhor, estava sempre renovado, cada vez mais disposto para os exercícios espirituais. Achava que já era uma ofensa grave deixar de fazer alguma coisa boa, e que não avançar continuamente era retroceder. Numa ocasião, em Sena, estando em sua cela, chamou à noite os companheiros que estavam dormindo e lhes disse: “Irmãos, roguei ao Senhor que se dignasse indicar-me quando sou seu servidor e quando não sou. Porque eu não quero ser senão seu servidor. Em sua bondade, o próprio Deus bondosíssimo me respondeu: ‘Podes ter a certeza de que és meu servo quando pensas, falas e executas coisas santas’. Foi por isso que vos chamei, irmãos. Por isso, quero me envergonhar diante de vós se alguma vez não fizer alguma dessas três coisas”. Outra vez, em Santa Maria da Porciúncula, considerando o homem de Deus que o lucro da oração se perde pelas conversas ociosas depois da oração, indicou o seguinte remédio para se evitar o defeito das palavras ociosas: “Todo frade que disser uma palavra ociosa ou inútil seja obrigado a confessar imediatamente sua culpa e a dizer um pai-nosso por cada uma delas. E quero que diga um pai-nosso por sua própria alma, se for ele mesmo que por primeiro se acusar da própria falta; mas, se for primeiro avisado por outro, aplique-o pela alma dele”. Dizia que os tíbios, que não se ocupam habitualmente com nenhum trabalho, deviam ser logo vomitados da boca de Deus. Nenhum ocioso podia aparecer diante dele sem ser asperamente corrigido. Como ele mesmo era excelente exemplo de perfeição, estava sempre ocupado e trabalhava com as próprias mãos, sem deixar que se perdesse nada do valioso dom do tempo. Disse uma vez: “Quero que todos os meus frades trabalhem e estejam sempre ocupados, e os que não sabem, que aprendam algumas artes”. …

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