Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Amor do santo para com as criaturas sensíveis e insensíveis.

Dizia que devíamos chorar pelos pregadores que muitas vezes vendem o seu ministério por um tostão da vanglória. Curava-lhes às vezes os tumores com este remédio: “Por que vos gloriais dos homens que convertestes, se foram convertidos pelas orações de meus irmãos simples? ” Assim interpretava ele o versículo: “Até a estéril deu à luz muitos filhos” (cfr. 1Rs 2,5). “A estéril é o meu irmão pobrezinho, que não recebeu na Igreja o encargo de gerar filhos. Esse vai ter muitos filhos no dia do juízo, porque então o juiz vai computar na sua glória os que agora converte com suas orações particulares. Mas ‘a que tem muitos filhos vai desfalecer’ (1Rs 2,5) porque o pregador que se rejubila como se tivesse gerado a muitos por sua virtude vai saber então que nada teve de seu nessas pessoas”. Não gostava muito dos que gostavam de ser louvados mais como oradores do que como pregadores, falando com ornatos e não com o afeto. E dizia que faziam uma má divisão os que davam tudo para a pregação e nada para a devoção. Louvava ao pregador que, a seu tempo, apreciava e saboreava ele mesmo a palavra de Deus. Embora desejasse sair logo deste mundo como se fosse um desterro onde devia peregrinar, este feliz viajante sabia aproveitar o que há no mundo, e bastante. Usava o mundo como um campo de batalha com os príncipes das trevas, mas também, para Deus, como um espelho claríssimo da bondade. Em qualquer artifício louvava o Artífice, e tudo que encontrava nos fatos, repassava ao Autor. Exultava em todas as obras das mãos do Senhor (cfr. Sl 91,5; 8,7) e, através dos espetáculos que lhe davam prazer, sabia encontrar aquele que é razão e causa de toda vida. Nas coisas belas reconhecia aquele que é o mais belo, e ouvia todas as coisas boas clamarem: “Quem nos fez é ótimo”. Seguia por toda parte o amado pelos vestígios que deixou nas coisas e fazia de tudo uma escada para chegar ao seu trono. Abraçava todas as criaturas com afeto e devoção jamais vistos, e falava com elas sobre o Senhor, convidando-as a louvá-lo. Poupava os candeeiros, lâmpadas e velas, porque não queria apagar com sua mão o fulgor que era um sinal da luz eterna. Andava com respeito por cima das pedras, pensando naquele que foi chamado de Pedra. Quando usavam o versículo: “Vós me exaltastes sobre a pedra”, para dizer alguma coisa mais reverente, exclamava: “Sob os pés da Pedra Vós me exaltastes”. Aos frades que cortavam lenha proibia arrancar a árvore inteira, para que tivesse esperança de brotar outra vez. Mandou que o hortelão deixasse sem cavar o terreno ao redor da horta, para que a seu tempo o verde das ervas e a beleza das flores pudessem apregoar o formoso Pai de todas as coisas. Mandou reservar um canteiro na horta para as ervas aromáticas e para as flores, para lembrarem a suavidade eterna aos que as olhassem. Recolhia do caminho os vermezinhos, para que não fossem pisados, e mandava dar mel e o melhor vinho às abelhas, para não morrerem de fome no frio do inverno. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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