Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como fomentava a unidade entre os filhos, sobre a qual falou na forma de um enigma.
Quem dera à sabedoria humana seguir com tanto empenho o que reina no céu quanto a piedosa simplicidade a ele se conformou na terra! Que mais? Tendo seguido o santo em vida, precedeu-o na glória. Sempre manteve um desejo constante e um esforço vigilante para preservar entre seus filhos o vínculo da unidade, para que os que foram trazidos pelo mesmo espírito e gerados mesmo pai fossem formados pacificamente no seio da mesma mãe. Queria que os grandes se unissem aos pequenos, que os sábios e os simples vivessem em comunhão fraterna e que os que se encontrassem longe sentissem que estavam ligados pelo amor. Uma vez, contou esta parábola moral, que não é pouco instrutiva: “Vamos supor que todos os religiosos da Igreja se reuniram em um só capítulo geral! Estando presentes letrados e os que são sem letras, os sábios e os que sabem agradar a Deus mesmo sem sabedoria, encomendaram um sermão a um dos sábios e a um dos simples”. “O sábio, por ser sábio, pensou consigo mesmo: ‘isto aqui não é lugar de demonstrar conhecimentos, porque estão presentes homens perfeitos na ciência, e não convém que eu me faça notar pela afetação, dizendo coisas sutis diante de pessoas mais sutis. Talvez seja mais proveitoso falar com simplicidade’“. “Amanheceu o dia combinado, reuniram-se as congregações de santos, sequiosas de ouvir o sermão. O sábio se apresentou vestido de saco, com a cabeça coberta de cinza e, diante da admiração de todos, pregando mais com o exemplo, foi breve nas palavras. Disse: ‘Prometemos grandes coisas, maiores são as que nos foram prometidas. Observemos as primeiras e suspiremos pelas segundas. O prazer é breve, o castigo é perpétuo, o sofrimento é pequeno, a glória não tem fim. Muitos são os chamados, poucos os escolhidos, todos terão a sua retribuição”’. “Os ouvintes romperam em lágrimas com o coração compungido e veneraram aquele verdadeiro sábio como um santo. “‘Vejam sós, disse o simples em seu coração”. O sábio me tirou tudo que eu ia fazer e dizer. Mas já sei o que farei. “Conheço alguns versículos de salmos: vou agir como um sábio, já que ele agiu como um simples’”. “Chegou à sessão do dia seguinte, o simples se levantou, propôs um Salmo como tema”. Inspirado pelo Espírito Santo, falou com tanto fervor, com tanta sutileza, com tanta doçura, por um dom que só podia vir de Deus, que todos ficaram repletos de estupor e disseram: ‘Deus fala com os simples’“. Depois o homem de Deus dava esta explicação para a parábola que tinha contado: “Nossa religião é uma assembleia muito grande, um verdadeiro capítulo geral, que se reuniu de todas as partes do mundo para viver da mesma forma. Nela os sábios aproveitam o que é dos simples, vendo que os ignorantes buscam as coisas do céu com inflamado vigor e que os não instruídos pelo homem aprenderam pelo Espírito a saborear as coisas espirituais. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.