Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como queria que os frades tratassem com elas.

Anunciemos apenas aos ouvidos humanos esse mistério que até agora ainda não se sabe com clareza por que foi manifestado no santo. Pelo que ele revelou, só tem explicação e sentido no futuro. Será tido por veraz e digno de fé quem tiver por testemunhas a natureza, a lei e a graça. Não podemos deixar de lembrar aquele edifício espiritual que o bem-aventurado pai, levado pelo Espírito Santo, construiu depois da reparação de uma igreja material para o desenvolvimento da cidade eterna, muito mais nobre e colocado no mesmo lugar. Não podemos acreditar que Cristo tenha falado da cruz, de maneira tão estupenda que incutiu temor e dor aos que souberam, só para se referir àquela obra perecível que estava em ruínas. Como tinha sido predito pelo Espírito Santo noutra ocasião, ali deveria ser fundada uma Ordem de santas virgens, como uma reserva selecionada de pedras vivas, a serem transferidas depois para a restauração da casa lá do céu. De fato, depois que começaram a se reunir naquele lugar as virgens de Cristo, vindas de diversas regiões do mundo, professando a maior perfeição pela observância da altíssima pobreza e pelo decoro de todas as virtudes, o santo pai foi diminuindo aos poucos sua presença corporal, mas redobrou seu afeto no Espírito Santo para cuidar delas. Sabendo o santo que tinham passado por numerosas provas da maior perfeição e que estavam preparadas para suportar por Cristo qualquer dificuldade e a enfrentar qualquer trabalho, e que não queriam jamais se afastar do que lhes tinha sido mandado, prometeu com firmeza, a elas e às outras que viessem a professar essa vida, que lhes haveria de dar sempre auxílio e conselho, por si mesmo e por seus frades. Enquanto viveu cumpriu tudo isso diligentemente e, quando viu que estava para morrer, não descuidou de mandar que o fizessem sempre. Pois afirmava que um só e o mesmo Espírito tinham tirado deste século tanto os frades como àquelas senhoras pobrezinhas. Algumas vezes em que os frades se admiraram de que não fosse visitar mais vezes com sua presença corporal tão santas servas de Cristo, ele disse: “Não penseis, caríssimos, que não as ame com perfeição. Se fosse pecado ajudá-las em Cristo, não seria um pecado maior tê-las unido a Cristo? Não as haver chamado não seria mal nenhum, mas não cuidar delas agora que foram chamadas seria a maior maldade. Mas eu vos dou exemplo, para que façais como eu faço (cfr. Jo 13,15). Não quero que ninguém se ofereça espontaneamente para ir visitá-las, mas ordeno que só sejam destinados a atendê-las homens espirituais, provados por um comportamento digno e longo, contra sua vontade e só quando resistirem bastante”. Certo frade tinha no mosteiro duas filhas de vida exemplar e, uma vez, disse que levaria com prazer um presentinho muito pobre da parte do santo. Este o repreendeu duramente com palavras que não me atrevo a repetir. E mandou o presente por outro frade que não queria ir, ainda que não tenha resistido obstinadamente. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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