Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como pediu o senhor de Óstia como representante do Papa.
Ela mesma, que é santa, há de gloriar-se de emular nossa pobreza, e não permitirá que os elogios da humildade sejam ofuscados pelas nuvens da soberba. Conservará entre nós ilesos os vínculos da caridade e da paz, censurando os dissidentes com rigor. Diante dela, florescerá continuamente a santa observância da pureza evangélica: ela não há de permitir que se perca o bom perfume de nossa vida por uma hora sequer”. Essa foi toda a intenção do santo de Deus de abraçar a encomendação. Aí está um documento santíssimo da previdência do homem de Deus para garantir o futuro. Por isso o homem de Deus foi a Roma, onde foi recebido com muita devoção pelo Papa Honório e por todos os cardeais. Na verdade, o que fora perfumado pela fama refulgia na vida, ressoava na língua: diante disso não havia lugar para deixar de ter devoção. Pregou diante do papa e dos cardeais com inspiração e fervor, transbordando plenamente tudo que o espírito lhe sugeria. À sua palavra comoveram-se os montes e, puxando altos suspiros de suas entranhas, lavaram o homem interior em lágrimas. Terminada a pregação, depois de breve e familiar conversa com o Senhor Papa, dirigiu-lhe o seguinte pedido: “Senhor, como sabeis, não é fácil o acesso dos pobres e dos desprezados a tão sublime majestade. Pois tendes o mundo nas mãos, e os negócios importantíssimos não permitem que cuideis das coisas de importância mínima. Por isso, Senhor, peço que Vossa Santidade queira conceder-nos como Pai o senhor de Óstia, para que, sempre salva a dignidade de vossa preeminência, os frades possam recorrer a ele no tempo de necessidade, conseguindo tanto o benefício do amparo como o da orientação”. Tão santo pedido foi agradável diante dos olhos do Papa, e logo colocou o Senhor Hugolino, então bispo de Óstia, à frente da Ordem, como pedira o homem de Deus. O santo cardeal acolheu com carinho o rebanho que lhe foi confiado e, feito seu zeloso pai, foi pastor e irmão até sua bem-aventurada morte. A essa prerrogativa de especial submissão devemos o amor e cuidado que a santa Igreja de Roma nunca deixa de manifestar para com a Ordem dos Menores. Guardar para a memória dos filhos os feitos insignes dos pais é sinal tanto da honra que estes tiveram quanto de amor para com aqueles. Com efeito, os que não os conheceram corporalmente podem pelo menos ser levados ao bem por seus feitos, e são animados para coisas melhores porque os pais, separados pelo tempo, oferecem aos filhos exemplos dignos de serem lembrados. E não é pequeno o fruto que conseguimos só de percebermos como somos pequenos, vendo como eles tinham de sobra os méritos que nos faltam. Na minha opinião, São Francisco é um espelho santíssimo da santidade do Senhor e uma imagem de sua perfeição. Ei diria que todas as suas coisas, tanto palavras quanto ações trescalam alguma coisa de divino e, se encontrarem um discípulo atento, diligente e humilde, dentro de pouco tempo, com seu ensino salutar, haverão de conduzi-lo à mais alta sabedoria. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.