Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como convenceu até alguns cavaleiros seculares a pedirem esmolas.
O santo respondeu e disse: “Não encontrais nada porque confiais mais em vossas moscas que em Deus” (chamava o dinheiro de “moscas”). “Voltai às casas por onde passastes, oferecei o amor de Deus em vez de dinheiro, e pedi esmola com humildade. Não fiquem com vergonha porque, depois do pecado, tudo que temos nos é dado como esmola, e o grande Esmoler dá com clemente piedade aos dignos e aos indignos”. Os soldados deixaram de lado o rubor, foram logo pedir esmolas e compraram mais com o amor de Deus que com o dinheiro. As pessoas, divertidas, até competiram em servi-los e não houve fome onde prevaleceu a opulenta pobreza. Queria que ao dar esmolas se visse mais o lucro das almas do que o sustento do corpo, e se punha não menos no dar que no, receber como exemplo para os outros. Tendo ido a Alexandria da Lombardia para pregar a palavra de Deus foi recebido devotamente como hóspede por um homem que temia a Deus e era louvável pela fama, Pedindo-lhe este que, de acordo com o Evangelho, comesse de tudo que lhe fosse servido, concordou bondosamente, vencido pela devoção do hospedeiro. Este se apressou e preparou cuidadosamente um capão de sete anos para o homem de Deus comer. Sentados à mesa o patriarca dos pobres e a alegre família, de repente apareceu à porta um filho de Belial, pobre de toda graça, mas fingindo pobreza por oportunismo. Usou astuciosamente o nome do Senhor para pedir esmola e com voz chorosa pediu que o ajudassem por amor de Deus. Ouvindo o nome que para ele era mais doce que o mel e que é abençoado mais do que tudo, o santo pegou um da ave que tinha sido servida, com toda a boa vontade, colocou-o num pão e o deu ao pedinte. Que mais? O infeliz guardou o que recebera para envergonhar o santo. No dia seguinte, reunido o povo, o santo estava pregava a palavra de Deus. Rugiu de repente o malvado, querendo mostrar o membro do capão a todo o povo. Gritou: “Vede quem é esse Francisco que está pregando, a quem honrais como um santo. Vede a carne que me deu ontem à tarde quando estava jantando”. Todo mundo repreendeu aquele celerado, dizendo que parecia um possesso do demônio. Porque, na verdade, todos viam que era peixe aquilo que o homem afirmava que era um pedaço de capão. Até ele, coitado, espantado com o milagre, foi obrigado a confessar o que todos estavam dizendo. Envergonhou-se e desfez com a penitência o crime descoberto. Pediu perdão ao santo diante de todos, revelando a má intenção que tinha tido. E a carne voltou a ser o que realmente era, depois que o pecador voltou ao juízo. Aos que vinham para a Ordem, ensinava o santo que antes deviam entregar ao mundo o libelo de repúdio, pondo primeiro suas coisas para fora para depois poderem oferecer a si mesmos a Deus, por dentro. Só admitia na Ordem os que já se tivessem despojado de toda propriedade, sem ter guardado nada para si, tanto para observar a palavra do Evangelho como para evitar que os bens retidos fossem motivo de escândalo. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.