Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Como se cumpriu tudo que predisse sobre Frei Bernardo.
Os filhotes se acostumaram com os frades e andavam empoleirados em suas mãos, não como hóspedes mas como de casa. Fugiam da presença dos seculares e só se apresentavam como discípulos dos frades. O santo observou isso admirado e convidou os frades a se alegrarem. “Olhai, disse, o que fizeram nossos irmãos pintarroxos. Até parece que têm razão e disseram: Irmãos, aqui vos apresentamos nossos filhotes, que alimentastes com as vossas migalhas. Fazei deles o que quiserdes, que nós vamos para outro ninho”. Assim os passarinhos se familiarizaram de uma vez com os frades, e todos tomavam a refeição em comum. Mas essa harmonia foi quebrada pela avareza, quando o orgulho do maior perseguiu os menores. Pois o maior, saturado à vontade, afastava os outros da comida. Disse o santo pai: “Vede o que está fazendo esse avarento. Mesmo cheio e empanturrado, tem inveja de seus esfomeados irmãozinhos. Ele ainda vai ter uma má morte”. A palavra do santo foi logo seguida pela vingança. O perturbador de seus irmãos subiu ao vaso de água para beber, mas de repente se afogou na água e morreu. E não houve gato ou qualquer outro animal que quisesse comer o passarinho anatematizado pelo santo. Horroroso mal é a avareza dos homens, quando é punido dessa maneira nos pássaros. E também é para temer a condenação dos santos, uma vez que o castigo vaticinado vem com tanta facilidade. Numa outra ocasião, fez esta profecia a respeito de Frei Bernardo, que tinha sido o segundo frade da Ordem: “Eu vos afirmo que a Frei Bernardo foram dados para o exercitarem sutilíssimos demônios e entre outros espíritos dos piores, e que apesar do seu esforço contínuo, para fazerem cair a estrela do céu, vai ser outro o resultado da ação. Ele vai sofrer tribulações, tentações e angústias mas no fim haverá de triunfar de tudo”. E acrescentou: “Mais perto de sua morte, afastada a borrasca e vencida toda tentação, gozará de admirável paz e tranquilidade e, tendo terminado sua carreira, partirá feliz para Cristo”. E foi assim mesmo. Sua morte ficou famosa pelos milagres e tudo que o homem de Deus havia predito realizou-se ao pé da letra. Os frades até disseram em sua morte: “De fato, esse irmão não foi verdadeiramente conhecido enquanto estava vivo”. Mas vamos deixar os louvores desse Frei Bernardo para serem contados por outras pessoas. No tempo em que o santo estava recolhido a sua cela no Monte Alverne, um de seus companheiros tinha muita vontade de ter algum escrito edificante com as palavras do Senhor, anotadas brevemente pela mão de São Francisco. Achava que, dessa maneira, ficaria livre de uma grave tentação não da carne mas do espírito, ou que pelo menos conseguiria suportá-la melhor. Preocupado com esse desejo, tinha receio de abrir-se com o santíssimo pai. Mas o que o homem não disse revelou-lho o Espírito. Porque um dia São Francisco o chamou e disse. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.