Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora a Primeira Biografia de Tomás de Celano. Da conversão de muitos para Deus, e de como a Ordem se chamou dos Frades Menores. Como São Francisco instruía os que entravam na Ordem.

 O santo de Deus, como um rio caudaloso de graça celeste, derramando a chuva dos carismas, enriquecia o campo de seus corações com as flores das virtudes. Pois era um artista consumado que apresentava o exemplo, a Regra e os ensinamentos de acordo com os quais, tanto nos homens como nas mulheres, a Igreja de Cristo rejuvenescia e triunfava o tríplice exército dos predestinados. A todos propunha também uma norma de vida e demonstrava de verdade o caminho da salvação em todos os graus. Mas o nosso principal assunto agora é a Ordem, que assumiu e sustentou igualmente tanto por seu amor como por sua profissão. Que diremos? Foi ele mesmo quem fundou a Ordem dos Frades Menores e assim lhe deu o nome: quando estavam escrevendo na Regra: “e sejam menores”, ao ouvir essas palavras disse: “Quero que esta fraternidade seja chamada Ordem dos Frades Menores”. De fato, eram menores, porque eram “submissos a todos”, sempre procuravam o pior lugar e queriam exercer o ofício em que pudesse haver alguma desonra, para merecerem ser colocados sobre a base sólida da humildade verdadeira e neles pudesse crescer auspiciosamente a construção espiritual de todas as virtudes. Em verdade, sobre o fundamento da constância levantou-se a nobre construção da caridade, na qual as pedras vivas, recolhidas em todas as partes do mundo, tornaram-se templo do Espírito Santo. Que fogo de caridade abrasava os novos discípulos de Cristo! Quão forte era o laço que os unia no amor do piedoso grupo! Quando se reuniam em algum lugar, ou quando se encontravam na estrada, reacendia-se o fogo do amor espiritual, espargindo suas sementes de amizade verdadeira sobre todo o amor. E como? Com castos abraços, com terno afeto, com ósculos santos, uma conversa amiga, sorrisos modestos, semblante alegre, olhar simples, ânimo suplicante, língua moderada, respostas afáveis, o mesmo desejo, pronto obséquio e disponibilidade incansável. O fato é que, tendo desprezado todas as coisas terrenas e estando livres do amor-próprio, consagravam todo o seu afeto aos irmãos, oferecendo-se todos de igual modo para atender às necessidades fraternas. Reuniam-se com prazer e gostavam de estar juntos: para eles era pesado estarem separados, o afastamento era amargo e partir era doloroso. Nada ousavam esses obedientíssimos soldados de Cristo antepor aos preceitos da obediência. Antes de acabarem de receber uma ordem, já se preparavam para cumpri-la. Como não sabiam fazer distinções de preceitos, precipitavam-se a executar tudo que lhes era mandado, sem fazer reparos. “Seguidores da santíssima pobreza” porque não tinham nada, nada desejavam, e por isso não tinham medo de perder coisa alguma. Estavam contentes com uma única túnica, remendada às vezes por dentro e por fora: não aparecia nenhum enfeite, mas só desprezo e pobreza, para poderem mostrar claramente que nela estavam crucificados para o mundo. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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