Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora a Primeira Biografia de Tomás de Celano. Como foi recebido em Rieti pelo senhor Hugolino, bispo de Óstia, e como o santo prenunciou que ele seria o bispo de todo o mundo.
Fazia isso entre uma pessoa e outra sempre que era possível, ou entre Deus e os homens, e sempre com solicitude. Por isso, pouco depois Deus o escolheu para ser pastor em toda a sua santa Igreja, colocando-o acima de todos os povos. Para que se saiba que isso foi feito por inspiração divina e pela vontade de Jesus Cristo, muito tempo antes o bem-aventurado pai São Francisco tinha predito o fato com palavras e dado um sinal visível. No tempo em que a Ordem dos frades, pela graça de Deus, já tinha começado a se difundir bastante, e como um cedro no paraíso de Deus elevara-se até o céu pelos santos merecimentos, estendendo os ramos por toda a amplidão da terra como a vinha eleita, São Francisco dirigiu-se ao Papa Honório, que então governava a Igreja, e lhe suplicou que nomeasse o cardeal Hugolino, bispo de Óstia, como pai e senhor dele e de seus frades. O Papa anuiu aos desejos do santo e delegou com bondade ao cardeal o seu poder sobre a Ordem dos frades. Ele o recebeu com reverência e devoção, como um servo fiel e prudente constituído sobre a família do Senhor, e procurou por todos os modos administrar no tempo oportuno o alimento da vida eterna aos que lhe tinham sido confiados. Por isso o santo Pai se submetia a ele de todos os modos e o venerava com admirável e respeitoso afeto. Era conduzido pelo espírito de Deus, de que estava repleto, e por isso intuía muito antes o que depois seria revelado aos olhos de todos. Sempre que lhe escrevia, por algum motivo urgente da Ordem ou pelo amor que em Cristo lhe dedicava, não se limitava a chamá-lo de bispo de Ostia ou de Velletri, como os outros faziam nas saudações de praxe, mas começava com estas palavras: “Ao reverendíssimo Pai, o senhor Hugolino, bispo de todo o mundo”. Saudava-o muitas vezes com bênçãos originais e, embora fosse filho devotamente submisso, por inspiração do Espírito Santo às vezes o consolava com uma conversa paternal, como “para cumulá-lo das bênçãos dos pais na espera do Desejado das colinas eternas” (cfr. Gen 49,26). O cardeal também tinha uma amizade enorme pelo santo, e por isso aprovava tudo que o santo dizia ou fazia; e só de vê-lo ficava muitas vezes todo comovido. Ele próprio afirmava que nunca tivera perturbação ou tentação tão grandes que não passassem só de ver ou conversar com o santo, o que lhe devolvia a serenidade, afugentava o aborrecimento e o fazia aspirar à alegria do alto. Pusera-se ao serviço de São Francisco como um servo ao seu senhor, e sempre que o via lhe fazia uma reverência como a um apóstolo de Cristo, inclinando-se exterior e interiormente, e muitas vezes lhe beijava as mãos com seus lábios consagrados. Interessou-se com solicitude e devoção para que o santo Pai pudesse recuperar a antiga saúde dos olhos, vendo nele um homem santo e justo, muito útil e necessário à Igreja de Deus. Compartilhava os sofrimentos de toda a família dos frades, compadecendo-se dos filhos no pai. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.