Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TERCEIRO LIVRO de Tomás de Celano. Começa o terceiro livro, sobre a canonização do bem-aventurado pai São Francisco e seus milagres.
Concede agora que este pobre frade seja digno de te seguir no presente para que, pela misericórdia de Deus, possa te acompanhar no futuro. Lembra-te piedosamente dos pobres filhos para os quais mal sobrou alguma consolação depois que te foste, tu que eras o seu único e especial consolo. Porção primeira e melhor de sua herança, foste admitido no coro dos anjos e colocado no trono glorioso dos Apóstolos, mas eles jazem na lama, presos num cárcere escuro, e clamam por ti em seu pranto: “O’ pai, apresenta a Jesus Cristo, Filho do Pai Eterno, os seus sagrados estigmas, e mostra os sinais da cruz no lado, nos pés e nas mãos, para que ele se digne ter a misericórdia de mostrar suas próprias chagas ao Pai que, por certo, olhando para elas, sempre vai ter piedade de nós, pobres pecadores. Amém! Assim seja! Assim seja! ” No vigésimo ano de sua conversão, dando um fecho melhor ao que começara tão bem, o glorioso Pai Francisco entregou todo feliz o seu espírito ao céu. Lá, coroado de glória e honra, tem um lugar no meio das pedras de fogo (cfr. Ez 28,14), junto ao trono da Divindade, e cuida eficazmente de atender às necessidades daqueles que deixou aqui na terra. De fato, o que poderia ser negado a quem, pela impressão dos sagrados estigmas, tornou-se uma cópia daquele que, igual ao Pai, senta-se à direita de sua majestade nas alturas, esplendor da glória e figura da substância de Deus, realizando a purificação dos pecados? Como não será atendido aquele que, configurado à morte de Jesus Cristo por ter partilhado de seus padecimentos, reapresenta as sagradas chagas das mãos, dos pés e do lado? Na realidade, ele já está inundando todo o mundo com uma alegria nova e a todos oferece os meios de verdadeira salvação. Irradia o mundo com a luz claríssima dos milagres, e com o fulgor de um verdadeiro astro ilustra o universo inteiro. Esse mundo tinha chorado havia pouco como se, privado de sua presença, tivesse caído num abismo de trevas. Mas agora já sabe que saiu das trevas, iluminado por raios mais brilhantes ao nascer de uma nova luz, como se fosse meio-dia. Graças a Deus, já deixamos de lamentá-lo, porque todos os dias e em todos os lugares nós nos vemos abundantemente cumulados de novas alegrias pelas virtudes que dele recebemos. Do oriente e do ocidente, do Sul e do Norte apresentam-se pessoas para testemunhar que foram socorridas por suas graças. Foi justamente por isso que Francisco, apaixonado pelos bens eternos, nunca se apropriou de nada enquanto viveu neste mundo, para possuir com maior plenitude e prazer o Bem Universal. Não quis possuir a parte e teve o todo, recebendo a eternidade em troca do tempo. Ele, que tanto amava a união, desconhece parcialidades: ajuda a todos em todo o mundo, em toda parte está junto de todos. Quando vivia entre os pecadores, percorreu o mundo para pregar; agora, que reina com os anjos do céu, voa mais rápido que o pensamento, mensageiro do grande Rei, para prestar a todos os povos seus benefícios gloriosos. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.