Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TERCEIRO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a canonização do bem-aventurado pai São Francisco e seus milagres.

 Mas, de repente, houve uma reviravolta e o mundo viu surgir um novo problema. Foi-se num momento o prazer da paz, acendeu-se a inveja e a Igreja foi ferida por uma guerra dentro da própria casa. Os romanos, povo sedicioso e feroz, atacam como de costume seus vizinhos e estendem temerariamente suas mãos para as coisas sagradas. Como uma torre bem armada, esforça-se o egrégio papa Gregório por conter o mal nascente, reprimir a crueldade e domar a violência para defender a Igreja de Cristo. Mas os males aumentam e a violência cresce. Mesmo em outras partes do mundo levanta-se contra Deus a cerviz dos pecadores. Que fazer? Avaliando a situação e prevendo o futuro com muita experiência, o Papa decide abandonar Roma aos revoltosos para livrar e defender o resto do mundo. Foi para Rieti, onde o receberam com as devidas honras. Daí passou para, Espoleto, honrado por todos com grande reverência. Depois de alguns dias, atento à situação da Igreja e acompanhado pelos veneráveis cardeais, teve a bondade de ir visitar as servas de Cristo, mortas e sepultadas para o mundo. Sua vida santa, a pobreza altíssima e o gênero de vida perfeito comoveram o Papa e os outros até as lágrimas, incitando-os ao desapego do mundo e a uma vida consagrada. Ó humildade, mãe amável de todas as virtudes! O príncipe de toda a terra, sucessor do príncipe dos apóstolos, visita as pobrezinhas, desce até aquelas desprezadas e humildes encarceradas! De fato, foi uma humildade digna do maior apreço, sem exemplo anterior, jamais vista em outros tempos. Mas tem pressa de chegar a Assis, onde está o tesouro para ele precioso, onde espera livrar-se dos sofrimentos e desgraças que o ameaçam. Sua chegada foi um júbilo para toda a região. Exultou a cidade, festejaram as multidões, e o dia claro ficou ainda mais luminoso com a presença dos ilustres visitantes. Foram todos ao seu encontro em solene cortejo. Veio também o grupo piedoso dos pobres frades, e todos entoavam belos cânticos para o ungido do Senhor. Assim que chegou, o Vigário de Cristo foi saudar com alegre reverência o sepulcro de São Francisco. Suspirou, bateu no peito, chorou e inclinou sua cabeça veneranda com a maior devoção. Cuidou-se então solenemente da canonização do santo, e começou a haver muitas reuniões de uma ilustre comissão de cardeais para tratar do assunto. Vieram de toda parte muitas pessoas que tinham sido livradas de seus achaques pelo santo, e uma multidão enorme de milagres começou a brilhar: foram todos examinados, discutidos, acolhidos e aprovados. Nesse ínterim, os negócios reclamam a presença do Papa em Perusa, mas ele volta a Assis com maior e especial benevolência por tão importante causa. Tem que ir outra vez a Perusa, onde se realiza uma reunião dos cardeais em seus aposentos. Todos estão unanimente de acordo. Leem os milagres e sua veneração aumenta. Enaltecem a vida e a conversão do bem-aventurado pai com os maiores elogios. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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