O Paraná tem 30.460 indígenas autodeclarados, de acordo os dados do Censo 2022 divulgados na segunda-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com os dados do Censo anterior, de 2010, o Estado registrou um aumento de 14% na população indígena, que era de 26.559. O número representa 0,27% da população total do Paraná, que é de 11.443.208 habitantes. Em 2010, a participação da comunidade indígena na população total do Estado era um pouco menor, em 0,25%.
Dos 399 municípios paranaenses, 178 apresentaram aumento das suas populações indígenas, segundo o Censo de 2022. São 345 cidades com registro de ao menos um indígena autodeclarado – 86% do total. O Paraná tem a 14º maior população indígena do País e a segunda maior a região Sul, atrás de Rio Grande do Sul, com 36.096 pessoas (evolução de 6,1% em relação aos 34.001 de 2010), e à frente de Santa Catarina, que tem 21.541 indígenas (aumento de 18,2% em relação aos 18.213 de 2010).
Amazonas lidera o ranking, com mais de 490 mil indígenas, seguido pela Bahia, com mais de 229 mil, e Mato Grosso do Sul, com mais de 116 mil pessoas. No Brasil, a população que se autodeclara dessa forma chegou a 1.693.535 pessoas, o que representava 0,83% da população total.
De acordo com o levantamento, 13.887 dos indígenas moram em terras de demarcação no Paraná, com destaques para a Rio das Cobras, na região Centro-Sul do Estado, a maior terra indígena paranaense e a 50ª maior do País, segundo o Censo, com 3.102 pessoas. A segunda maior é a Terra de Mangueirinha, no Sudoeste, com 1.994. Na sequência estão Ivaí, com 1.886 indígenas, Apucarana, com 1.636 pessoas, e Palmas, com 725.
Os outros 16.573 indígenas do Estado moram fora das regiões demarcadas. Em comparação com os dados gerais do País, o Paraná está acima da média nacional, com 45,59% da população desta etnia morando em terras indígenas. No Brasil, a proporção é de 36%. Nas terras demarcadas, ainda existem 374 moradores não indígenas. Isso quer dizer que mais de 97% dos ocupantes das terras demarcadas são indígenas, o que representa o 7º maior índice do Brasil. “A luta dos povos indígenas e as políticas públicas de fortalecimento têm sido fundamentais para o País. É importante ressaltar que, embora grande parte viva fora das terras indígenas, devido a um processo histórico de desterritorialização, o Paraná ainda se destaca como um dos dez estados com maior população vivendo dentro desses territórios, o que é fruto de muita luta”, afirmou a secretária da Mulher e Igualdade Racial do Paraná, Leandre Dal Ponte.
CENSO INDÍGENA – A população indígena do País chegou a 1.693.535 pessoas em 2022. Um pouco mais da metade (51,2%) estava concentrada na Amazônia Legal. Em 2010, quando foi realizado o Censo anterior, foram contados 896.917 indígenas no Brasil.
A maior parte dos indígenas (44,48%) está concentrada no Norte. São 753.357 indígenas vivendo na região. Em seguida, com o segundo maior número, está o Nordeste, com 528,8 mil, concentrando 31,22%. Juntas, as duas regiões respondem por 75,71% desse total. As demais têm a seguinte distribuição: Centro-Oeste (11,80% ou 199.912 pessoas indígenas), Sudeste (7,28% ou 123.369) e Sul (5,20% ou 88.097).
Dos 5.568 municípios brasileiros, acrescidos do Distrito Federal e de Fernando de Noronha, 4.832 tinham, em 2022, pelo menos um residente indígena, o que representa 86,7% do total. Dentre eles, 79 municípios tinham mais de cinco mil habitantes declarados indígenas, um aumento na comparação com 2010, quando eram 42 municípios com, no mínimo, esse quantitativo.
A terra indígena com maior número de habitantes indígenas é a Yanomami (AM/RR): 27.152, ou 4,36% do total de indígenas em terras indígenas. Raposa Serra do Sol (RR) vem a seguir, com 26.176 indígenas e a Terra Indígena Évare I (AM), com 20.177, aparece em terceiro lugar no ranking.
No Censo Demográfico anterior, o quesito de cor ou raça foi aplicado a todas as pessoas recenseadas. Quando elas eram residentes das Terras Indígenas oficialmente delimitadas e se declaravam como brancas, pretas, pardas ou amarelas, ou seja, não respondiam que eram indígenas nesse quesito, havia a abertura da pergunta “você se considera indígena?”. Em 2022, houve a extensão dessa pergunta de cobertura para outras localidades indígenas, que incluem, além dos territórios oficialmente delimitados pela Funai, os agrupamentos indígenas identificados pelo IBGE e as outras localidades indígenas, que são ocupações domiciliares dispersas em áreas urbanas ou rurais com presença comprovada ou potencial de pessoas indígenas.
CENSO GERAL – O IBGE apontou que, em 12 anos, o Paraná ganhou praticamente um milhão de novos residentes, passando de 10.444.526 no Censo de 2010 para 11.443.208 pessoas no estudo mais recente. O crescimento da população paranaense foi de 9,56% no período, maior do que o aumento em termos nacionais, que foi de 6,5%, o equivalente a 12,3 milhões de novos brasileiros. Com isso, o Estado passa a ser oficialmente o 5º mais populoso do País e o primeiro da região Sul, à frente do Rio Grande do Sul (que passou de 10.693.923 para 10.880.506 habitantes) e de Santa Catarina (de 6.248.436 para 7.609.601 habitantes). (Assessoria)