Coordenador do grupo, deputado Michele Caputo: Paraná tem 1185 pessoas aguardando internação, sendo 567 na UTI e 618 em leitos clínicos

A situação é alarmante. O atual cenário da Covid-19 no Paraná e no Brasil atinge número jamais vistos, com uma variação do vírus com um poder de contaminação muito maior, mais agressivo e letal. É o que afirmam os especialistas reunidos nesta quinta-feira (11) em reunião remota realizada pela Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná. O encontro reuniu representantes da saúde e educação, além de deputados estaduais. “Retornamos aos trabalhos da Frente no momento mais difícil da pandemia, no pior momento vivido pelo Paraná e pelo Brasil”, lembrou o coordenador da Frente, deputado Michele Caputo (PSDB).

Para os participantes da reunião, o momento é de alerta máximo. O diretor de gestão da SESA (Secretaria de Estado da Saúde), Vinícius Filipak, alertou que o sistema de saúde está no máximo de sua capacidade. “O cenário não poderia estar pior. A situação está tensa e delicada. No auge do inverno tivemos uma ocupação de 75% dos leitos. Nas últimas três semanas, tivemos uma elevação absurda. Digo que estamos diante de uma nova Covid. Tem de ser entendido como uma nova doença. A rapidez e a infecção são muito grandes”, disse.

Filipak lembrou que a gravidade da doença também é diferente. “Temos menos casos, mas eles são muito mais graves. A mortalidade é elevadíssima. Cerca de ¼ das pessoas internadas morrerem. Apesar de todos os esforços, estamos chegando a uma mortalidade de 30% esta semana para quem é internado”, afirmou. Ele informou que, hoje, 1185 pessoas esperam a internação, sendo 567 na UTI e 618 em leitos clínicos. “Nenhum estado conseguirá aumentar o número de leitos infinitamente”.

COLAPSO – O diretor do centro de estatística do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Daniel Nojima, trabalha no estudo de projeções relacionadas à Covid. Ele informou que a projeção do órgão é que a taxa de ocupação de UTIs fique em 96,7% nos próximos dias. Caso as piores projeções se concretizem, o número pode chegar a 102,7%, quando o sistema entra em colapso total. Isto pode ocorrer na próxima semana, no dia 16 de março (terça-feira).

Nogina pontuou que, neste ano, temos outro patamar da pandemia. Enquanto em outubro do ano passado registava-se 1,1 caso de Covid a cada 10 mil pessoas, no início deste mês o número saltou para 4,1 pessoas. A previsão é de que o número chegue a cinco ainda este mês. “Além da agressividade do vírus, temos o estresse do sistema de saúde”.

LIMITE HUMANO – Roberto Raitzz, da comissão de enfrentamento ao Coronavírus da UFPR (Universidade Federal do Paraná), é responsável por estudar dentro da academia as mudanças nos padrões da pandemia. Ele disse que ainda faltam informações de qualidade para observar a doença. “É preciso outros indicadores, além do número de casos e óbitos para a compreensão da crise e tomada de decisões. Mas podemos afirmar que medidas de restrições funcionam e são necessárias. Observamos isso em outros países. Também vemos que os profissionais de saúde estão no limite da capacidade humana de atendimento. Logo faltará gente para atender. Isso pode aumentar ainda mais o número de óbitos”, alertou.

CEPA MAIS AGRESSIVA – O presidente da Associação Paranaense de Medicina Intensiva, Rafael Deucher, reforçou que o Brasil está diante de uma nova doença. Segundo ele, a única saída é o respeito às medidas sanitárias e a espera a uma vacinação em massa. “Percebemos que o comportamento da doença mudou. A nova cepa é mais agressiva, comportando-se de maneira mais grave. Hoje, observamos que a faixa etária dos internados é de jovem. Infelizmente o cenário não é favorável”, comentou. (Da redação com assessoria)

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