A comunidade acadêmica (alunos e professores) da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), campus Luiz Meneghel, de Bandeirantes, através dos centros acadêmicos, 3 de Setembro (Ciências Biológicas), 9 de Setembro (Medicina Veterinária) e Ana Nery (Enfermagem) organizaram um ato protesto na quarta-feira, dia 15, e realizaram passeata pelas principais ruas da cidade. A mobilização em Bandeirantes engrossou a manifestação geral das outras instituições realizada por todo o Paraná e país contra as medidas anunciadas pelo Governo Federal e Ministério da Educação sobre o bloqueio de 30% do orçamento destinado ao custeio das instituições de ensino superior.
Segundo os acadêmicos, os cortes estão sendo impostos desde a educação básica até o ensino superior, afetando o funcionamento dessas instituições. “Vai prejudicar as funções básicas de pagamentos de contas sendo de energia, luz, manutenções, obras e alimentação para alunos, está havendo também cortes em bolsas de pós graduação, mestrados e doutorados, que no final vai acabar precarizando as instituições de ensino e afetando o desenvolvimento das pesquisas”, comentaram os universitários e defenderam que as universidades públicas (federais, estaduais e municipais), são responsáveis por produzirem cerca de 95% de publicações acadêmicas nas mais variadas áreas, contemplando as humanas, exatas, biológicas e biomédicas e no ranking geral o Brasil se encontra em 13° nas produções científicas.
“Um dos grandes desafios do meio acadêmico é ser notado na sociedade comum quanto ao que se produz e qual sua relevância. Por isso que neste dia 15 foi realizado uma paralisação no centro de Bandeirantes onde os alunos expuseram seus banners de pesquisas para divulgar junto a comunidade. Na praça Brasil Japão e Centro houve a distribuição de cartazes e panfletos”, relataram os CA’s (Centros Acadêmicos).
Os projetos expostos durante ato pacífico foram: Grupo de Neurociências, Psicoeducação no A.R.A de Bandeirantes, Capacitação de Profissionais na área de saúde, Programa de Residência Pedagógica, Equoterapia, Grupo de Estudos em Agroecologia Kaa’pora e entre outros tantos projetos que são desenvolvidos pela UENP. “Esse ato teve o foco de falar sobre a importância da ciência e de um ensino de qualidade e dizer que tudo que nós produzimos gera um produto de valor agregado em benefício do lucro, tanto social e econômico que retorna para a população. Mostramos que esses trabalhos têm diversas etapas visando a resolução de uma problemática da sociedade e também oferta de uma melhor qualidade de vida. Se hoje temos medicamentos, vacinas, energia, e tudo que nós consumimos, é por meio das pesquisas que isso foi possível”, declararam os estudantes.
Para os acadêmicos, o Brasil é um país de dimensões continentais. “Os inúmeros problemas de saúde (dengue, malária, febre amarela, diabetes, hipertensão) evidenciam que não há como resolver tudo isso sem pesquisa científica. Não existe país de sucesso sem qualidade e investimento em educação. E, por isso, toda a comunidade acadêmica, professores e alunos organizaram um ato em defesa da pesquisa e de uma educação de qualidade acessível para todos”, defenderam.