Paciente está na UTI com acometimento grave do pulmão; internamentos têm aumentado em Bandeirantes e Cornélio Procópio que são municípios referências na região
Regiane Romão
O número de casos de infectados por Covid-19 não para de subir em todo o mundo. A situação continua sendo exponencial e a projeção é de que somente no final do mês de fevereiro pode ocorrer queda nos casos. Embora algumas pessoas defendam que a nova variante Ômicron seja uma forma mais leve da doença, os internamentos em enfermarias e UTI’s têm aumentado consideravelmente, principalmente entre os não-vacinados.
Um fato que chamou atenção no início desta semana foi publicação do Boletim Oficial Epidemiológico de acompanhamento da situação da Covid-19 em Cornélio Procópio. Entre os internados, pela primeira vez, aparece registro de uma criança de cinco anos e se encontra em tratamento na UTI. O paciente infantil que apresentava acometimento no pulmão grave e necessitou de oxigênio e intervenções mais severas em decorrência da Covid-19. Outras três pessoas, que são adultos, estão em tratamento na enfermaria. Até segunda-feira (31), os casos ativos da doença em Cornélio Procópio somavam 1.127 e 167 estão em investigação.
Em Bandeirantes os casos subiram rapidamente. Após as festas de final de ano, os números não se estabilizaram mais. Na segunda-feira (31) eram 695 pessoas com o vírus ativo e com tratamento sendo feito em casa, porém, conforme o Boletim Oficial da Secretaria de Saúde, os casos de internados estão aumentando. Até o fechamento desta edição, eram cinco bandeirantenses em tratamento na enfermaria e três na UTI. Estes pacientes de Bandeirantes internados são todos adultos, e de acordo com o secretário de Saúde Wanderson de Oliveira, estão imunizados com pelo menos duas doses da vacina.
Segundo o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Bandeirantes, Gabriel do Vale, a entidade de saúde recebe pessoas de toda a região, e foram disponibilizados 20 leitos da enfermaria que já estão ocupados com pacientes infectados por Covid-19, e há sete nos leitos da UTI. Até o momento, não há registro de casos de crianças internadas pela doença.
TESTES – Em Bandeirantes, todos os resultados de testes estão sendo disponibilizados de 10 a 15 minutos após a coleta e são realizados em média 230 testes diários (divididos entre as duas unidades de saúde destinadas aos pacientes de Covid).
VACINAÇÃO – Nesta terça-feira, o Município recebeu mais doses de reforço e a vacinação da terceira dose deverá ser retomada. A vacinação infantil contra a Covid-19 em crianças de 05 a 11 anos também está sendo realizada e os profissionais de saúde ressaltaram a importância de imunização para evitar casos graves da doença.
MOTIVOS PARA VACINAR AS CRIANÇAS – A médica generalista Mariele Rios, especializada em pediatria fez um vídeo em suas redes sociais esclarecendo algumas dúvidas sobre a vacinação infantil e citou motivos para vacinar as crianças:
– Todas as organizações competentes (Americanas, Brasileiras e a OMS) recomendam a vacina; – Crianças morrem de Covid-19 sim. No Brasil essa é a segunda maior causa de morte entre crianças de cinco anos e adolescentes de 18; – A Covid-19 mata mais do que outras doenças já vacináveis (sarampo, difteria, coqueluche, poliomielite); – Criança vacinada transmite menos a doença; – Crianças que contraem Covid-19 tem mais chances de desenvolver diabetes infantil; – A doença causada pelo vírus da Covid-19 aumenta em 14 vezes a chance da pessoa desenvolver doenças cardíacas; – A vacina não é experimental, seu filho não será cobaia, todas as vacinas já passaram por três fases, que são as experimentais, e a fase quatro é chamada de farmaco vigilância, que é o acompanhamento das pessoas vacinadas. Isso acontece também com os remédios; – O RNA usado na vacina da Pfizer não é uma tecnologia nova, há um estudo dessa tecnologia há quase 30 anos; – A vacina não foi feita rápida demais, ela foi feita por grupos de cientistas que viravam dias e noites pesquisando para a criação da mesma; – A vacina não muda o DNA (não modifica o núcleo celular); O RNA quando é aplicado no organismo (via vacina) é destruído rapidamente, o mesmo acontece com a proteína Spike, por isso não é possível uma contaminação com esses elementos; – As vacinas de RNA não terão efeitos a longos prazo, já que, em casos de reações adversas, elas se manifestarão em até seis semanas (há comprovações científicas quanto a isso); – Desde o início da pandemia 2.500 crianças morreram em decorrência da Covid-19, e 85 morreram por síndromes respiratórias agudas, algumas crianças desenvolvem Covid longa, que é quando os sintomas persistem por meses, risco de desenvolver diabetes infantil, maior risco de transmissão, chance de ser criadouro de novas cepas, consequências emocionais por não poder frequentar escolas e interagir com outras crianças, uma a cada 1 milhão de crianças desenvolveram uma miocardite leve, sem internações ou mortes; – Os casos de miocardite leve (como reação da vacina da Pfizer) podem diminuir caso a segunda dose seja aplicada 56 dias após a primeira, e não 28 como estava sendo indicado;
– Não existe no Brasil óbito comprovado de crianças e adolescentes em decorrência da vacina. Existem casos que estão sendo analisados; – Pessoas continuam morrendo de outras doenças, e não só de Covid-19. E essas mortes não estão ligadas a vacinação; – É mentira que as pessoas estão morrendo mais devido ao mal súbito, essas mortes sempre aconteceram e não estão ligadas a vacinação; – Vacina não causa infertilidade; – As reações da vacina são febre, vômito, dor o local, perda de apetite. Reações normais como em qualquer outra vacina; – Uma criança não vacinada tem 2.700 chances de risco de ser internada por Covid-19 do que por uma reação adversa da vacina; – A dose que será aplicada em uma criança é 1/3 da dose do adulto; – A bula de um medicamento é mais jurídica do que científica, e é preciso que seja descrito nela todas as POSSÍVEIS reações; – A Pfizer, apesar de um documento assinado dizendo que não se responsabiliza por nada, será responsabilizada sim, caso alguma coisa grave aconteça em decorrência da vacina; – Não existe risco ZERO em vacinas e medicamentos, apesar disso, não vacinar é expor a um risco maior; – Embora alguns digam que a vacina não é obrigatória, no Estatuto da Criança e Adolescente/ECA há uma lei que diz que, se a vacina for recomendada é obrigação dos pais ou responsáveis vacinar, com risco de perder a guarda da criança não vacinada; – Crianças que já contraíram Covid-19 tem que se vacinar sim, respeitando o tempo entre a infecção e a vacinação que é de 30 dias; – As vacinas cobrem todas as variantes.