Abadla de Oliveira Chueire (Dalico), primeiro dono do Bar Paraná e a esposa Clara de Andrade Chueire (Foto cedida pela Professora Ione de Andrade Chueire)

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado

Décima Parte

*Walter de Oliveira

A nossa primeira manifestação de hoje é para informarmos que o artigo desta semana se destina a imprescindíveis correções de involuntários erros que cometemos nos dois últimos. A primeira delas vem junto com o pedido de desculpas ao ilustre e festejado bandeirantense, cidadão honorário da nossa terra e que de há muitos anos reside em Rolândia. As desculpas são extensivas aos seus familiares. Ao descrevermos a bela e edificante história de vida do dito e ilustre cidadão, vítima que fomos de antiga informação inverídica, o demos por falecido e quando, de fato e para a nossa alegria, Eurides, embora distante, está em nosso convívio. Devemos o saneamento do lastimável equívoco à uma oportuna observação feita pelo leitor Vicente Alves Cabral, a quem agradecemos. Valemo-nos novamente do ensejo para lembrar a quantos acompanham este nosso modesto trabalho, o quão importantes são tais observações. Será graças a elas que conseguiremos imprimir maior fidelidade ao trabalho de resgate da nossa história. Por isso, ao contrário de nos constranger, essas observações nos ajudam.

João Garcia, primeiro dono do Bar do Mário (Foto editada a partir de foto postada no “Grupo Bandeirantes-PR”, no Facebook)

Feita a correção quanto ao caso de Eurides Moura, vamos à segunda, a qual faremos graças à observação da leitora Ione de Andrade Chueire, e está relacionada ao relato envolvendo o Bar Paraná, sobre o qual falávamos ao interromper o último artigo. Dizíamos que o Bar Paraná (ou Bar do Michelão) foi fundado no final da década de 40, por Michel Calil Abrão. Acontece que a nossa atenta leitora tem forte vinculação com o dito estabelecimento, que na verdade foi fundado no meado da referida década, mais precisamente, segundo depois apuramos, no segundo semestre de 1945, no pós-segunda guerra. Conta-nos Ione, que seu pai, Abdala de Oliveira Chueire e seu tio, Roosevelt de Oliveira Chueire, fundaram o Bar Paraná, assim que seu tio Roosevelt, integrante da Força Expedicionária Brasileira, retornou da sua patriótica missão. Depois, decorridos três ou quatro anos, os irmãos Oliveira Chueire venderam o Bar Paraná a Michel Calil Abrão, que foi seu proprietário por muitos e muitos anos. Abdala (mais conhecido por Dalico) era casado com dona Clara de Andrade Chueire e Roosevelt era casado com dona Regina Faria. Dessa forma, com penhoradíssimos agradecimentos à professora universitária Ione de Andrade Chueire, damos por inseridos como pioneiros no ramo de bares da nossa cidade, mais esses dois ilustres nomes. O casal Abdala e Clara, foram pais da nossa leitora Ione, que vive em Bandeirantes e do dentista Mário de Andrade Chueire, recentemente falecido e que era casado com dona Leonor Reche. O casal Roosevelt e Regina, foram pais de Fátima, Afrânio e Isaura.

Voltamos agora à história do nosso Bar Paraná, quando dirigido por Michel Calil Abrão e relacionávamos a numerosa descendência do casal Michel e Iris, quando dizíamos que a primeira do rol dos onze irmãos, a professora universitária Maria Calil marcou a história dos Calil Abrão nesta cidade. Com efeito, casando-se com o empresário e engenheiro agrônomo Paulo Sidney Zambon e fixando aqui residência até os seus últimos dias de vida, Maria Calil (que acrescentou “Zambon” ao seu sobrenome) tornou-se uma das mais ativas mulheres da história da cidade. Além de ser professora universitária, ela foi a fundadora da Academia de Letras, Ciências e Artes de Bandeirantes e Governadora do Lions Clube. Em reconhecimento ao seu trabalho, a municipalidade batizou o museu do município com o nome de Museu Municipal “Professora Maria Calil Zambon”. Dos demais filhos do casal Michel e Iris, outro que estreitou vínculo por casamento de família local foi João Calil Abrão, funcionário do Banco do Brasil e hoje residindo em Londrina. João Calil casou-se com a bandeirantense Carolina Zambon. Os demais filhos do casal foram José Aparecido, Janete, Dayse, Calil (nome do pai de Michelão), Antônio, Sebastiana, João Francisco, Maria Conceição e Michel, todos hoje residentes noutras cidades.

A exemplo do que aconteceu com o Bar Paraná, também o Bar do Mário (ou Taru) Niyashiki, que ficava na Avenida Bandeirantes, onde é hoje a Pernambucanas, teve outro proprietário pioneiro, que foi João Garcia Miranda. Esse bar foi descrito em nosso penúltimo artigo e dissemos, inclusive, que nele trabalhou o jovem José de Carvalho Henriques, hoje com nome de conjunto residencial da nossa cidade. Após a publicação acima, recebemos a mensagem do leitor João Roberto Ferraz (popularizado pelo apelido de João Banana, nosso amigo de muitos anos), dizendo que ouvira do seu pai, que seu avô João Garcia Miranda, foi dono de um bar ali naquela esquina, ao tempo que as cervejas vinham dentro de sacos e protegidas por pó-de-serra. Embora tenhamos alegado, no artigo seguinte, que o seo Garcia possuiu aquele bar após o Mário Niyashiki, alguma recordação começou a tomar forma na nossa mente e fomos a investigar. O trabalho não foi em vão, eis que, até por mero acaso, nos encontramos com um antigo morador da cidade (cujo nome manteremos reserva a seu pedido) e com ele conversamos demoradamente sobre aqueles idos tempos. Referida conversa reavivou a nossa memória (como ocorre vezes sem conta) e nos lembramos com bem clareza que antes do japonês Niyashiki, o bar que se tornou conhecido por Bar do Mário, foi realmente fundado por João Garcia Miranda, conforme bem observou o seu neto João Roberto Ferraz. Para uma maior confirmação, procuramos outro neto do seo Garcia, o conhecido comerciante Luiz Antônio Delicato, que nos confirmou o fato, e disse mais: que lhe contava a senhora sua mãe, Maria Garcia Delicato, que ela e o marido João Delicato, residiam na casa que ficava nos fundos do bar, do qual ela era a “pasteleira”. Como visto e com a colaboração dos nossos atentos leitores, procuramos sempre trazer a público a mais verossímil e possível versão da nossa história.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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