Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado
Décima Quarta Parte
*Walter de Oliveira
Iniciamos o presente artigo com um aditivo ao artigo anterior, o que fazemos graças à oportuna observação enviada pelo atento leitor e nosso amigo, o dentista Aldivar Francisco Matheus, e se refere ao pioneiro do ramo “automóveis de aluguel”, Bruno Birgel. Ao citá-lo no referido artigo, dissemos que dele dispúnhamos apenas do nome. Todavia, e felizmente, o doutor Aldivar nos comunicou ser sobrinho do referido pioneiro, a cujo registro anterior aditamos que o seu sobrenome é Burgel, e não Birgel, como consta no livro de Solano Medina. Acrescentamos ainda que o referido pioneiro foi casado com dona Maria Ferreira Burgel, cujo casal teve dois filhos: Luiz e Maria Aparecida. Feitas as devidas correções e acréscimo, vamos à listagem dos pioneiros do ramo de “Bazares”, reduzidos a quatro nomes, a saber:
a) Do primeiro bazar pioneiro, temos apenas a sua razão social, que era Andrade & Laber, sugerindo que um dos sócios levava o sobrenome Andrade. Quanto ao mais, sequer sabemos em que rua do povoado se situava esse estabelecimento;
b) José Alves da Cunha. Pela singularidade do nome e tão somente por ela, supomos tratar-se da mesma pessoa já listada como pioneiro no ramo de bares e lanchonetes e que fundou o Bar do Machadinho. Em se tratando do mesmo pioneiro, seo José Alves, mineiro de Santana do Cataguazes, veio para Bandeirantes em fevereiro de 1934 (antes, portanto, da criação do município) e foi casado com dona Elvira Machado da Silveira. O casal teve os seguintes filhos: José (Machadinho) e Maria. José ou Machadinho, foi pai da Maria Auxiliadora e da Neusa do Carmo e Maria foi mãe da Sueli, Mafalda, Deise e José Carlos. Não há também informações quanto à localização em que o seu bazar funcionava;
c) Bazar Oriente. Fundado pelo japonês Kenin Yamamoto (também e mais conhecido por Paulo Yamamoto), esse bazar foi, durante todos os anos pioneiros (1931/1950), o mais bem sortido do povoado, inclusive em termos de qualidade de mercadorias. Temos lembrança e certeza de que Yamamoto era casado; todavia, não conseguimos saber o nome de sua esposa e tampouco se o casal teve filhos. O Bazar Oriente situava-se na Avenida Bandeirantes, entre onde está hoje a loja Zé Maria Esportes e a agência do Banco Bradesco;
d) Do nosso último pioneiro no ramo de bazares, sabemos apenas que se chamava Yoshimitsu Yamashita, equivalendo dizer que não sabemos em que rua ele era estabelecido ou outras informações a seu respeito. Isso, a menos que algum dos nossos leitores possa nos ajudar com algumas informações. Passamos agora à listagem dos pioneiros no ramo de “Beneficiamento de Arroz e Milho”, ou as chamadas máquinas de beneficiamento desses cereais.
a) Flávio Cioffi, ou simplesmente Flavinho, como era mais conhecido e chamado. Casado com dona Nair Galvão Cioffi, o casal poderia, com a maior propriedade e justiça, ser eleito como a “dupla mais dinâmica” da nascente cidade, tal era a participação e a movimentação de ambos. Flavinho, além de cuidar dos assuntos atinentes à sua máquina, tinha destacada atuação no campo sócio-político local. Em razão de sua marcante atuação no campo social (no que era coadjuvado pela esposa), foi que Medina o definiu em seu livro como um grande animador (batalhador) da construção da nossa Santa Casa de Misericórdia. Nesse importante complexo hospitalar, Flavinho respondia por seu setor financeiro, como primeiro tesoureiro. No campo político, chegou a concorrer, sem êxito, ao cargo de prefeito municipal, na legenda do PTB de Getúlio Vargas. Flavinho foi também delegado de polícia local, por indicação política. O casal teve os seguintes filhos: Dirceu, Dagmar, Doralba e o filho adotivo José Mário. Flávio Cioffi foi casado em segundas núpcias com dona Marta dos Santos, com quem teve os seguintes filhos: Flávio Júnior, Rafael, Yara e Emerson. Embora tenhamos todas essas lembranças e informações sobre Flavinho Cioffi, não nos lembramos e tampouco conseguimos saber o local em que funcionava a sua máquina de beneficiamento;
b) Guerino Ranucci. Conhecemos pessoalmente o seo Ranucci, mas já em 1955, quando ele não mais se dedicava a esse ramo. Portanto, não temos informação do local em que se situava a sua máquina de beneficiamento. Antigo morador de Santa Amélia, sabemos que ele foi casado, não sabemos, porém, o nome de sua esposa ou se o casal teve ou não filhos;
c) Manoel Marques Godinho. Pioneiro dos pioneiros no ramo de atividades em pauta, seo Manoel já foi listado como pioneiro também no ramo de “Bares”. Sua máquina de beneficiamento situava-se na Avenida Bandeirantes, ao lado da casa (um casarão de madeira que ali ainda permanece) em que sempre residiu, onde se acha atualmente um terreno baldio, logo depois da oficina Auto-Center quase em frente à Alpha Editora. De nacionalidade portuguesa, Manoel Marques Godinho foi casado por quatro vezes (segundo nos informou seu filho, o advogado Luciano Marques Godinho). Desses casamentos sabemos que a sua terceira esposa chamava-se Maximina, com a qual teve os filhos Manoel e Maximina (informação passada por sua filha Margarida). O seu quarto e último casamento foi com dona Benedita Godinho e o casal teve os seguintes filhos: Maria, José, Benedita, Antônio, Francisco, Claro, Walter, Cristina, Luciano, Margarida e Lúcia;
d) Ely Arantes Pereira. Mais conhecido por “Paulista”, Ely foi casado com dona Kazuo Hamada, de cuja união não sabemos da existência de filhos. Além de exercer essa atividade, Ely Arantes atuou também no campo político, conforme os cânones municipais e conforme se vê da placa de rua com o seu nome na Vila Bela Vista. Sua máquina de beneficiamento ficava na Avenida Espírito Santo (atual Comendador Luiz Meneghel), bem no meio do quarteirão onde se encontra a torre da Telepar e o Verde Supermercado.
(continua…)
* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932