Walter de Oliveira*
Depois de uma semana empregada em nossos afazeres diários – ou numa recreação, ou mesmo de prazeroso ócio –, retomamos o nosso tour no tempo e na história, lembrando que o interrompemos semana passada quando discorríamos sobre as eleições municipais de 1976, as mais comentadas das até aqui realizadas, pela pequena quantidade de votos a mais em favor do candidato José Fernandes da Silva (146 votos).
Passaremos agora, a exemplo do que temos feito com todas as outras gestões já listadas, aos registros das principais obras que José Fernandes da Silva realizou em Bandeirantes; e tendo ele sido por três vezes prefeito do município (até hoje o único caso), nós resumiremos e listaremos essas principais obras neste artigo. Assim, no momento de discorrermos sobre as suas duas outras gestões, nos restringiremos apenas aos nomes concorrentes, quer ao cargo de prefeito, quer ao cargo de vereador (geralmente em número de treze, com pequena variação para menos).
Outro motivo de não listarmos, ano por ano, as principais obras de José Fernandes, não é apenas a falta desses registros nos órgãos públicos, senão pelo fato de o próprio ex-prefeito, ao ser indagado a respeito, respondeu “não ter essa exata lembrança”. Isto posto, segundo informações passadas pelo seu filho José Fernandes da Silva Júnior (Zé Bolinha), e pelo que temos de memória, listá-las-emos, dentre outras:
- Ginásio de Esportes 14 de Novembro, ou “Chinelão”. A primeira por ele realizada, é uma obra indubitavelmente bastante importante, por ensejar à nossa juventude o poder de não somente participar das competições esportivas regionais e estaduais, como praticar e treinar, nas diversas modalidades esportivas, nos mais diversos turnos e periodicidade, quer dos nossos jovens, quer de grupos de pessoas de várias outras faixas de idade, como se vê da profícua atuação voluntária da professora Mônica Moskado, com um eclético e animado grupo de moças e senhoras da cidade.
Relativamente aos aplausos a essa importante obra, maiores ainda eles seriam, se ela fosse feita em um local de maior altitude, face às inúmeras, grandes e danosas inundações que sempre a atingem, dado à topografia local. Mas a despeito disso, o “Chinelão” é uma marca positiva dentre as obras feitas por José Fernandes.
- Duplicação e asfaltamento da Avenida Edelina Meneghel Rando. Essa via é uma das mais importantes da cidade, pois liga as populosas regiões do IBC, Vila Rubi, Vila Itapeva, Vila Moretti, Estação Rodoviária, Jardim Yara e a área central da cidade. Afora isso, é por ela que flui todo o trânsito Itambaracá, Bandeirantes, BR-369, Abatiá e Santa Amélia.
Se avaliado sob a perspectiva de “fluxo do trânsito”, a construção dos canteiros centrais dessa avenida, entre a Universidade Anhanguera e a Avenida Azarias Vieira de Rezende, a colocação de postes centrais, iluminação, e asfaltamento, além do embelezamento noturno da via, tornam-na das mais significativas sob o aspecto urbanístico e por consequência, de suma utilidade pública.
- Estação Rodoviária. Construída por Eurípedes Rodrigues, e com recursos próprios, no início da década de 1950, a nossa antiga, saudosa e já demolida estação rodoviária foi, à época da sua construção, uma grande obra para Bandeirantes. Até pela sua proximidade com a estação ferroviária, ela atendia plenamente o seu papel. Contudo, o passar dos anos e o aumento da população usuária de ônibus, passaram a exigir muito mais espaço e comodidades que a rodoviária de João Moura (do bar), do Augusto (do hotel), do Fuji (da frutaria) e do Valete (da engraxataria) podia oferecer. E aí, veio a nova estação rodoviária, da Vila Moretti.
A princípio, muita reclamação dos usuários, sobretudo dos próprios bandeirantenses, a partir da distância, de maior gasto com táxi e outras dificuldades decorrentes da mudança de local, que à época afetou a própria área comercial próxima à antiga rodoviária. Às vezes, é o preço que se paga pelo desenvolvimento de uma cidade. E ademais, tratava-se de obra custeada pelo governo estadual, achando-se, como tal, englobada em um plano de obras dele, e no qual o município deu, como contrapartida, o respectivo terreno em que ela foi construída.
- Conjunto Ciretran-Delegacia de Polícia, denominado “Complexo João Mendes Vilela”. Esse importante conjunto de obras, construído na mesma época da nova estação rodoviária (também pelo governo estadual e no mesmo sistema de contrapartida), trouxe à época, consideráveis melhorias para os serviços da polícia civil (e também da polícia militar), sobretudo em relação à expedição de carteiras de identidade e ao sistema prisional, melhorias essas mais acentuadas na Ciretran, notadamente em relação à expedição da carteira nacional de habilitação.
- Praça Brasil-Japão (Centro Cultural Takiko Hasegawa), na antiga Praça Marechal Deodoro, hoje Praça Deputado Valderi Mendes Vilela. Muito criticada inicialmente (inclusive por nós), por desfigurar a imagem da nossa primeira e histórica praça pública, essa obra terminou sendo assimilada pela população, à qual tem prestado os mais relevantes serviços, sobretudo os de natureza cívico-cultural.
- Duplicação e asfaltamento da Avenida João da Silva Cravo. Indubitavelmente de grande utilidade pública, tida por José Fernandes da Silva, segundo nos relatou seu filho já referido, o popular Zé Bolinha, como a que lhe deu maior prazer de ter realizado.
Com este último registro, damos por encerrados os registros das principais obras das três gestões do prefeito José Fernandes da Silva. No próximo artigo falaremos do “mandato tampão” de Moacyr Castanho Filho, embutido na primeira gestão de José Fernandes.
Continua.
* Walter de Oliveira, 92, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932.