Delcides Constantino Miguel - pioneiro no ramo de armarinhos e máquinas para escritório (foto cedida pela Loja Maçônica Estrela de Bandeirantes)

Walter de Oliveira*

QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA PARTE

Com os votos de uma boa quarta-feira, voltamos aos nossos Fragmentos Históricos, quando listamos os pioneiros do povoado da estação (1930/1950), por ramo de atividade, iniciando por aqueles que se dedicaram ao comércio de “materiais elétricos”, lembrando que nos atemos sempre ao que se acha registrado no livro “O Município de Bandeirantes”, de Solano Medina (1950).

  1. a) Sérgio Giaxa e Cia. Estabelecida à Avenida Bandeirantes, no exato local onde hoje é a loja Cacau Show, essa firma pertencia a Sérgio Giaxa e um seu irmão, cujo nome ignoramos. De Sérgio sabemos apenas que era solteiro e era filho de Júlio Giaxa, representante da companhia de força e luz local.
  2. b) Todeshi e Veiga Ltda. Desta firma pioneira, nada temos a acrescentar ao registro de Solano Medina, não obstante as nossas buscas. Embora, e por meras suposições, admita que um dos sócios fosse Dino Veiga, ex-prefeito, ex-deputado estadual (que chegou a presidir a Assembleia Legislativa do estado) e um dos nomes de grande representatividade da nossa história.
  3. c) Shigneo Yonekubo. Sem outras referências no livro de Medina, conseguimos, graças à ajuda do José Eduardo (Adinho) e Fausto Eduardo (Tico), do cartório de registro de imóveis, acrescer que esse pioneiro foi casado com dona Joana Yonekubo, nada sabendo quanto à existência de filhos do casal.

Finda a listagem dos pioneiros do ramo de materiais elétricos, listaremos agora os pioneiros na “venda de máquinas de costura”, que são em número de três, não obstante o último que registraremos, não conste do livro de Medina.

  1. a) Augusto Ragazzi. Esse pioneiro, já foi listado entre os pioneiros do ramo “automóveis de aluguel”, incluindo as citações dos seus respectivos familiares.
  2. b) Ribeiro Braga e Cia. Ltda. À falta de outras informações dessa empresa, ficamos apenas com o registro de sua razão social.
  3. c) Amiral Henriques. A exemplo de João Cravo, Estevão Leite de Negreiros e outros, Amiral Henriques não foi pioneiro apenas no povoado da estação, como foi ao tempo em que a sede do distrito de Bandeirantes (1928/1934) era na Invernada, lugar que Amiral se estabeleceu como comerciante. Já no povoado da estação, ele era representante das máquinas de costura Singer (cuja propaganda dizia “um nome que garante o produto”), mas o fazia a partir da sua residência. O leitor que tiver em mãos o livro de Solano Medina, não encontrará o nome de Amiral como vendedor de máquinas de costura, nem no povoado da estação e nem mesmo após a sua elevação a município. E se fazemos tal registro (dele como tal), é porque a nossa saudosa mãe comprou a “Singer à mão”, dele, Amiral. Pessoa das mais ativas e comunicativa, Amiral Henriques era homem muito respeitado, mercê da sua correção em conduzir-se, sobretudo no respeito à palavra dada. E era, ao mesmo tempo, alguém que se podia de “pessoa moderna”, pois que, afora trajar-se elegantemente (terno de linho “S120”, camisa inglesa e camisa de seda, sapatos de marca e de duas cores – marrom e branco), sempre foi considerado um verdadeiro “pé-de-valsa” nos bailes sociais. Afora isso, ficou famosa a viagem que fez à Europa, no início dos anos 50, juntamente com o pioneiro Pompeo Tomasi. Amiral Henriques foi casado com dona Maria José Malachini Henriques, que era uma exímia pianista, e o casal (segundo informações fornecidas pelo seu sobrinho, desembargador Stwalt Camargo) teve os filhos Terezinha e Luiz Amiral Henriques.

Na sequência desses pioneiros, o livro de Medina relaciona outros dois, que se dedicaram à venda de “máquinas para escritório”, os quais eram:

  1. a) Delcides Constantino Miguel. Este pioneiro já foi listado como comerciante na “terceira parte” das publicações sobre nossos pioneiros.
  2. b) Orlando Medeiros. Também conhecido por Orlandinho Medeiros, esse pioneiro dedicou-se depois ao ramo de escritório e posteriormente ingressou no magistério público, carreira em que se aposentou, após ter sido secretário do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Orlando Medeiros era casado com dona Neide Galvão e o casal teve 11 filhos, dos quais através de sua sobrinha Clori, obtivemos os seguintes nomes: Edna, Emerson, Vitor, Leide, Wagner, Terezinha e Rita de Cássia.

A seguir, o livro de Medina lista os pioneiros do ramo das “máquinas de café”, os quais já foram listados como tais na “décima oitava” e na “décima nona” partes desses fragmentos. Também igualmente listados já foram os pioneiros do ramo de “serrarias” e de “marcenarias”. Sendo assim, os próximos pioneiros são os do ramo classificados no livro de Solano Medina, por “miudezas”, ou lojas que vendiam linhas, agulhas, carreteis e assemelhados. No referido livro (e principal fonte de referência aos pioneiros) vamos encontrar:

  1. a) Mário Scudelário; b) Manoel Aboassi; c) Gervásio Pereira, e d) Rui Barbosa Gonçalves. Até que tenhamos a graça de recebermos informações de alguém que sejam seus parentes ou conhecidos, a única homenagem que este trabalho de resgate histórico lhes prestará, continuará sendo o registro dos seus nomes. Isso, ao nosso sentir, é uma obrigação irrevogável, posto que aqui estiveram presentes naqueles idos anos. Todas as possíveis buscas e pesquisas foram feitas, mas infrutíferas, o que não é de se estranhar, eis que estamos falando de um passado veramente distante.

Indo agora para os pioneiros do ramo de “moinho de fubá”, o livro de Medina lista os nomes de quatro pioneiros:

  1. a) Paulo Domingos Regalmuto Coffa. Um dos nomes mais ilustres da nossa história e sobre quem estes “Fragmentos” já fizeram as mais detalhadas referências sobre ele e seus importantes feitos.
  2. b) Flávio Cioffi. Este, de igual modo, já figura na lista dos nossos pioneiros, com menção às suas destacadas participações na história de Bandeirantes (tanto ele, quanto a sua esposa, dona Nair), sobretudo em prol da Santa Casa de Misericórdia.

Continua.

* Walter de Oliveira, 92, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932.

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