Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

TERCEIROLIVRO de Tomás de Celano.

Dos mudos que falaram e dos surdos que ouviram

No povoado de Pieve, havia um menino paupérrimo e mendigo, completamente surdo e mudo de nascença. Tinha a língua tão curta e reduzida que muitos que a examinaram acharam que tinha sido cortada. Uma tarde foi à casa de um conterrâneo chamado Marcos e lhe pediu pousada por sinais, como costumam fazer os mudos. Inclinando a cabeça para o lado, com as mãos embaixo do queixo, dava a entender que queria pernoitar em sua casa. O homem recebeu-o com alegria e o manteve consigo de boa vontade, porque sabia que aquele moço era um serviçal competente.

Era um rapaz de bom caráter que, apesar de surdo e mudo desde o berço, entendia todas as ordens por sinais. Uma noite, o homem jantava com sua esposa e, estando o rapaz presente, disse à mulher: “Acho que seria o maior milagre se São Francisco lhe desse o ouvido e a fala”. E acrescentou: “Prometo ao Senhor Deus que, se São Francisco se dignar fazer isso, por amor dele terei especial afeto para com este menino e lhe pagarei todas as despesas por toda a sua vida”. Foi espantoso. Mal acabara de fazer a promessa, o rapaz exclamou: “Viva São Francisco!” E, olhando para cima, acrescentou:

“Estou vendo São Francisco de pé aí em cima. Veio para me dar a fala”. E perguntou: “Que vou dizer para todo mundo?” Respondeu Marcos: “Louve a Deus que assim você vai salvar muitas pessoas”. Ele se levantou, muito alegre e exultante, e proclamou diante de todos o que tinha acontecido. Acorreram todos os que sabiam que ele era mudo e, cheios de admiração e espanto, renderam suplicantes seus louvores a Deus e a São Francisco.

A língua do rapaz tinha crescido e se tornado boa para falar, e ele já começou a dizer as palavras com correção, como se sempre tivesse falado. Um outro moço, chamado Vila, não podia falar nem andar. Sua mãe fez uma promessa e foi, cheia de devoção, levar uma imagem de cera ao túmulo de São Francisco. Quando voltou para casa, encontrou o filho andando e falando. Um homem da diocese de Perusa, completamente mudo, vivia angustiado porque tinha que andar sempre de boca aberta, bocejando horrivelmente, com a garganta inchada e inflamada.

Foi ao lugar em que descansava o santo corpo e estava subindo os degraus de seu túmulo quando vomitou muito sangue. Completamente curado, começou a falar e a fechar a boca normalmente. Uma mulher tinha um mal de garganta tão grande que, pelo muito ardor, a língua estava seca e grudada no céu da boca. Não podia falar, nem comer e beber, e não conseguia alívio nenhum com todos os emplastros e remédios que tomava. Finalmente, consagrou-se a São Francisco em seu coração, pois não podia falar. De repente, abriu-se-lhe a carne e saiu de sua garganta uma pedra redonda, que ela pegou nas mãos e mostrou, ficando logo curado

 

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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