Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Exemplo que deu na corte do senhor Ostiense e sobre a sua resposta ao bispo.

Cantava com maior fervor e alegria os Salmos que falam da pobreza como: “Não ficará o pobre em eterno esquecimento (cfr. Sl 9,19) ”, e “Olhai, pobres e alegrai-vos (Sl 68,33) ”. O santo Pai usava com mais gosto as esmolas pedidas de porta em porta do que das que eram dadas espontaneamente. Dizia que a vergonha de mendigar era inimiga da salvação, embora afirmasse que a vergonha de mendigar que não impede de fazê-lo é coisa santa. Louvava o rubor que vem ao rosto por candidez, mas não a vergonha que deixa confundido. Às vezes, quando exortava os seus a pedirem esmolas, usava estas palavras: “Ide, porque nesta última hora os frades menores foram emprestados ao mundo para que os eleitos cumpram com eles aquilo que vai ser elogiado pelo Juiz: “O que fizestes a um destes meus irmãos menores, foi a mim que fizestes”. Dizia que a religião tinha sido privilegiada pelo Grande Profeta e, que expressou o título de seu nome tão evidentemente. Por isso queria que os frades morassem não só nas cidades, mas também nos eremitérios, para dar oportunidade a todos e tirar dos réprobos a cobertura da desculpa. Para não ofender uma vez sequer aquela sua santa esposa, o servo de Deus excelso estava acostumado a fazer isto: quando era convidado por senhores e sabia que ia ser distinguido com mesas mais lautas, primeiro pedia pedaços de pão pelas casas vizinhas e depois corria para sentar-se à mesa, enriquecido pela miséria. Quando lhe perguntavam por que tinha feito isso, respondia que não queria perder a herança firme por um favor de uma hora. Dizia: “É a pobreza que faz os herdeiros e os reis do reino dos céus, e não vossas falsas riquezas”. Numa ocasião em que São Francisco foi visitar o Papa Gregório, que ainda estava num cargo menor, saiu já na hora da refeição para pedir esmolas e, quando voltou, colocou os pedaços de pão preto na mesa do bispo. Quando viu isso, o bispo ficou um pouco envergonhado, especialmente por causa dos convidados que lá estavam pela primeira vez. Mas o santo Pai distribuiu com semblante alegre as esmolas que tinha recebido para os cavaleiros e capelães. Todos receberam com admirável devoção. Uns comeram na hora e outros guardaram com respeito. No fim da refeição, o bispo chamou o homem de Deus lá para dentro, levantou os braços e o abraçou dizendo: “Meu irmão, por que me envergonhaste nesta casa que é tua e dos teus frades, indo pedir esmolas? ” Respondeu o santo: “Pelo contrário, eu vos honrei, porque honrei o Senhor Maior. O Senhor teve prazer na pobreza, e principalmente quando a mendicidade é voluntária. Eu acho que a real dignidade e nobreza insigne seguir aquele Senhor que, sendo rico, se fez pobre por amor de nós”. E acrescentou: “Tenho mais prazer numa mesa pobre, posta com poucas esmolas, do que nas grandiosas, em que os pratos são quase sem número”. O bispo ficou muito edificado com isso e disse ao santo: “Filho, continua a fazer o que te parece bom, porque o Senhor está contigo” (cfr. 1Rs 3,18; Js 1,9). …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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