Além da goiaba, produtores de Carlópolis garantiram a certificação Global G.A.P para carambola, abacate, pitaya, figo da Índia e lichia

Agência Sebrae

Um grupo de 10 produtores de Carlópolis, no norte pioneiro do Paraná, obteve o selo coletivo Global G.A.P. para mais cinco frutas, além da goiaba: abacate, carambola, pitaya, figo da Índia e lichia. A certificação internacional reconhece e atesta a segurança alimentar e sustentabilidade em produtos de origem agrícola e abre as portas do mercado europeu para exportação.  

Além de ser uma ferramenta para a abertura de novos mercados, a certificação aumenta a confiança do consumidor na inocuidade dos alimentos, demonstrando o compromisso do produtor com a segurança e sustentabilidade alimentar. A norma aborda, principalmente, pontos de rastreabilidade, técnicas de produção (uso controlado de defensivos químicos), preservação do meio ambiente e recursos naturais, aspectos higiênicos (não-contaminação química, física e biológica) e sociais (ambiente de trabalho adequado). 

A certificação foi concedida para a Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis (COAC) e dez propriedades. A produtora certificada e gerente de vendas da Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis (COAC), Inês Yumiko Sato Sasaki, conta que, desta vez, o processo foi mais tranquilo, já que a adequação nas propriedades já está feita por conta da goiaba. A única mudança foi o acréscimo do caderno de campo para cada fruta, com anotações para conferir a rastreabilidade dos produtos. Com mais esse selo coletivo, agora, todas as frutas comercializadas pela cooperativa passam a contar com a certificação internacional. 

Inês conta que os resultados obtidos com a goiaba, assim como a procura pelo próprio mercado externo, incentivaram os fruticultores a pleitear o selo para mais frutas. “Para nós, é uma oportunidade de vender a preços melhores. A goiaba está respondendo bem às nossas expectativas”, comemora. O grupo já deu um passo adiante, antes mesmo do selo, e mandou, no ano passado, cerca de 600 quilos de lichia para um país que não exige a certificação. A expectativa, porém, é que os produtores comecem a colher os resultados com as exportações a partir de 2023. “Estamos com uma quantidade muito pequena de frutas por conta da geada do ano passado”, justifica. 

O consultor do Sebrae Paraná, Odemir Capello, lembra que mais essa conquista é fruto de um trabalho que vem sendo realizado a longo prazo, por meio do associativismo. “É uma certificação com foco em mercado, que vem de encontro com a nossa proposta de valor de transformar o norte pioneiro em referência em produtos diferenciados”, pontua. Ele destaca que todo o processo técnico e auditorias, feitas em parceria com a Prefeitura de Carlópolis, foi subsidiado pelo Sebrae, por meio do programa Sebraetec. Para ele, o acesso a novos mercados, interno e externo, fortalecerá a cooperativa. 

De acordo com a secretária municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente de Carlópolis, Francislane Ribeiro da Luz Bohrz, o selo de Indicação Geográfica (IG) da goiaba trouxe muitos avanços para o município que, a partir daí, começou a atrair os olhos do mercado externo. “É um mercado alternativo, porque quem fica apenas à mercê do comércio local e nacional sofre com os altos e baixos. Já as exportações oferecem uma estabilidade maior nos preços ao longo de todo o ano, representando uma grande vantagem para os produtores”, explica. Francislane atribui as conquistas à dedicação dos produtores e ao trabalho multidisciplinar realizado pela prefeitura, em parceria com o Sebrae Paraná, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e IDR-Paraná (Iapar – Emater). 

Em 2021, a COAC comercializou 2.998 kg de carambola, 133.117 kg de abacate, 2.084 de figo da Índia, 5.531kg de pitaya, 39.014kg de lichia, e exportou 50.340 kg de goiaba. 

GLOBAL G.A.P – O Global G.A.P – Good Agricultural Practices – é um manual de Boas Práticas Agrícolas, que estabelece um conjunto de normas técnicas para diferenciar os produtos e beneficiar produtores e organizações preocupados com o impacto ambiental das atividades. Os princípios da certificação baseiam-se nos conceitos de segurança alimentar; proteção do meio ambiente; condições de saúde, higiene e segurança dos trabalhadores; e bem-estar animal, quando aplicável. O referencial está disponível para três âmbitos de produção: culturas, produção animal e aquacultura. Mais informações podem ser consultadas no site https://www.globalgap.org/

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