A meningite meningocócica é uma doença que se destaca por sua rápida evolução, gravidade e alta letalidade. Causada pela bactéria Neisseria meningitidis, também chamada de meningococo, a meningite meningocócica é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, que pode deixar sequelas permanentes no paciente e até mesmo levar a óbito em 24 horas.
De acordo com o painel epidemiológico do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos (2023 e 2024), foram registrados 1550 casos de doença meningocócica no Brasil,4 que resultaram em 331 óbitos.
TRANSMISSÃO – Assim como acontece com outras doenças de transmissão respiratória, o meningococo pode ser facilmente transmitido de uma pessoa para outra por meio do contato direto com gotículas ou secreções respiratórias através de tosse, espirro, beijo ou compartilhamento de copos, por exemplo.
SINTOMAS – Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica (incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito) podem ser confundidos com outras doenças infecciosas e dificultar o diagnóstico inicial. Na sequência, o paciente pode apresentar sintomas clássicos da doença, como pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.
“Se a doença for diagnosticada rapidamente e o tratamento adequado for iniciado, a maior parte dos pacientes pode se curar completamente. Por isso é importante ter atenção aos sintomas e buscar atendimento médico adequado o quanto antes. No Brasil, a letalidade média dos últimos anos foi de 24%, e a mundial de 10% dos casos, mas se não for tratada, a doença pode ser fatal em até 50% dos casos. Dentre os sobreviventes, 10% a 20% apresentam alguma sequela grave como dano cerebral, perda auditiva ou amputação de membros 14-17”, explica Ana Medina, farmacêutica, imunologista e gerente médica de vacinas da GSK.
O meningococo possui pelo menos 13 sorogrupos identificados, sendo que seis deles são os mais comuns: A, B, C, W, X e Y. Apesar de acometer as crianças, principalmente as menores de 5 anos, a meningite meningocócica pode acometer todas as faixas etárias. Além disso, até 23% dos adolescentes e adultos jovens podem carregar em si o meningococo sem adoecer, sendo chamados de portadores assintomáticos. Esse grupo, além de poder ser acometido pela doença, é o principal transmissor da bactéria.
PREVENÇÃO – A vacinação é a forma mais efetiva de prevenção contra a meningite meningocócica. Atualmente, existem vacinas diferentes para a prevenção de cinco sorogrupos da doença: A, B, C, W e Y. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece gratuitamente a vacina meningocócica C para crianças de 3, 5 e 12 meses e a vacina meningocócica ACWY em dose de reforço ou dose única para adolescentes entre 11 e 14 anos. Ambas também estão disponíveis para outras idades na rede particular. As sociedades médicas recomendam a vacina meningocócica B e a vacina meningocócica ACWY, disponíveis na rede particular, para todas as crianças, com esquema aos 3, 5 e 12 meses de vida. Para a vacina ACWY, as sociedades recomendam duas doses de reforço até a adolescência. Para a vacina meningocócica B, as sociedades médicas recomendam duas doses para adolescentes não vacinados. Outras formas de prevenção da doença incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.