Seu berço natal foi a pequenina localidade de Conselheiro Zacarias, distrito judiciário de Santo Antônio da Platina (PR), onde nasceu no dia 03 de novembro de 1944, de cujo lugar e pouco tempo depois, seus pais, seo Agripino e dona Maria mudariam para Bandeirantes, onde Oto Brasil foi criado e viveu todos os dias da sua vida, afora os anos de 50 a 52 (período de grave enfermidade da Sra. sua mãe) quando morou com o pai em Ibaiti (PR). Assim, e por força da sua vida toda aqui, eu costumava chama-lo de platino-bandeirantense. Oto foi casado com a cambaraense dona Conceição, com a qual teve os filhos Dinarte (advogado em Londrina), Anderson (representante comercial em Londrina) e Sérgio (empresário no ramo de embalagens em Bandeirantes).
O trabalho a cargo de Oto e a atividade a que se dedicasse, sempre desenvolvidos com devotamento e seriedade, jamais foram negligenciados ou relegados a segundo plano. O trabalho foi, para ele, efetivamente, o seu companheiro de uma vida inteira e esta -, a vida, foi-lhe, muitas vezes difícil e rigorosa, sobretudo nos primeiros anos de sua luta pela sobrevivência. Circunstâncias adversas do dia a dia, como a separação dos seus pais e a já referida e grave enfermidade porque passou a sra. sua mãe, levaram-no, com apenas nove anos de idade a batalhar para ajudar em casa, e ele, corajoso que era, enfrentou a situação. Nunca jamais, a que me lembro (eu adulto e também lutando pela vida), presenciei o Oto fraquejar ou desanimar. Foi a forja da luta dura e árdua que lhe deu a têmpera que o acompanharia a vida toda; que fez-lhe em quem era: brioso, trabalhador, responsável e cumpridor dos seus deveres, não obstante, às vezes, exigente e até severo demais, para consigo mesmo. Um fruto do que a vida rigorosa lhe impôs.
Mesmo com a dificuldade a velar seus dias, ainda assim Oto cursou o ensino primário, o ensino médio, bacharelou-se em Direito e militou nos fóruns com desenvoltura e êxito. Irmão das professoras Abigail (já falecida), Brigilda, Maria José e Doralice, tinha por irmão caçula e seu protegido, o renomado advogado bandeirantense Valdir e a irmã de coração Rosalina, funcionária aposentada do Tribunal de Justiça do Paraná. Já encerrando minhas considerações (à guisa de singela homenagem póstuma ao amigo que tanto prezei), cumpre-me referir, além do denso, constante e forte apoio que Oto teve na pessoa da sua esposa Conceição, por em realce a importância que teve na vida não só do Oto como de todos os seus irmãos o papel da sra. sua mãe, dona Maria, cujo legado de honradez, moral e dignidade gerado por seu exemplo de vida, não há palavras para definir o seu poder de repercussão. Não sabendo a tempo, do seu passamento, no dia oito do corrente, não pude me despedir do Oto, o que, consternado, faço por estas linhas.