
O Brasil será o palco da Copa do Mundo Feminina de 2027, e as expectativas para o torneio já começam a ganhar força dentro e fora de campo. Uma das maiores referências da história do futebol feminino nacional, a ex-jogadora Formiga falou sobre a preparação da Seleção Brasileira e a evolução da modalidade nos últimos anos, durante o Evento Solidário realizado recentemente no Morro dos Anjos, em Bandeirantes.
Com uma trajetória única no esporte, Formiga é a única atleta, entre homens e mulheres, a disputar sete Copas do Mundo. Também esteve presente em todas as sete primeiras edições do futebol feminino nos Jogos Olímpicos: de 1996 a 2020, um feito inédito na história olímpica.
Durante o evento, a ex-jogadora da Seleção Brasileira demonstrou otimismo em relação ao trabalho desenvolvido pela comissão técnica da seleção, liderada por Arthur Elias. Apesar dos desafios, ela acredita que o planejamento está no caminho certo. “O Arthur está sempre de olho em quem está bem ou não nos seus clubes, cobrando postura, exigindo preparo físico e tático. As atletas entendem a importância de se manterem em alto nível para representar bem o país, ainda mais jogando dentro de casa, que é um sonho realizado”, destacou. Mesmo longe dos gramados, Formiga continua envolvida com o crescimento da modalidade. Para ela, a evolução é nítida, mas ainda há um longo caminho em termos de estrutura e valorização do futebol feminino.
O desempenho recente da Seleção reforça essa visão otimista. Nas Olimpíadas de Paris 2024, o Brasil surpreendeu ao eliminar as anfitriãs francesas nas quartas de final e superar a Espanha, as atuais campeãs mundiais, na semifinal, chegando à decisão contra os Estados Unidos, e conquistando a medalha de prata. Já no último amistoso, no dia 8 de abril, a equipe brasileira venceu as norte-americanas em solo adversário, quebrando um longo tabu sem vitórias contra as campeãs olímpicas.
Formiga também ressaltou a importância da continuidade no trabalho que vem sendo feito com a equipe: “Espero que o projeto se mantenha. Se o Arthur receber propostas de fora, que ele pense em ficar. E que o presidente da CBF também entenda isso. Um trabalho que dá resultado não pode ser interrompido” afirmou.
Com o olhar experiente de quem acompanhou de perto a transformação do futebol feminino ao longo das décadas, Formiga enxerga a nova geração com entusiasmo. Segundo ela, as jogadoras de hoje estão mais preparadas, beneficiadas pelo intercâmbio internacional e pelo crescente prestígio da modalidade. “Na minha época, não existia essa quantidade de atletas sendo vendidas para fora. Hoje, elas entendem como funciona o futebol em outras escolas, ganham experiência. E quem viveu isso antes, sabe o quanto é importante “, completou.
A Copa do Mundo Feminina de 2027 tem tudo para ser um marco histórico, não apenas para o futebol da América do Sul, mas também para a consolidação do futebol feminino no Brasil. (Por Carla Diniz)