TEA (Transtorno do Espectro Autista). Nunca se falou tanto nos últimos dez, doze anos, principalmente na região de Bandeirantes, sobre este assunto, que para muitos ainda é uma barreira. Para os pais? Para as famílias? Para a sociedade? Para os professores? Até mesmo para os profissionais da área da psicopedagogia, psicólogos, fonoaudiólogos, que buscam descobrir e continuam a aprender como lidar e avançar nas terapias, afinal, em cada um dos autistas há peculiaridades que nem sempre são os mesmos um no outro.
Difundir informações sobre o TEA deve ser uma constante, justamente com a finalidade para que as pessoas conheçam e aprendam a respeitar as diferenças, reduzindo assim o preconceito que muitas vezes cercam as pessoas afetadas e suas famílias. Para enfatizar sobre o TEA, data escolhida como Dia Mundial de Conscientização do Autismo é amanhã, 02 de Abril.
Em Bandeirantes, a Associação Anjo Azul, entidade sem fins lucrativos e que reúne mães e pais de crianças com TEA, trabalha com a finalidade de trocas de experiências e aborda as dificuldades, conquistas e outras informações pertinentes ao dia a dia dos seus filhos. Palestras também fazem parte dos encontros mensais que a entidade promove, trazendo sempre especialistas na área para colaborar e esclarecer situações que ajudem os pais no progresso e desenvolvimento dos filhos, como também os apoiar para a compreensão das próprias atitudes buscando melhorias na interação familiar e social.
Segundo a presidente da entidade, Sandra Alves, o TEA, como o próprio nome já sinaliza, engloba uma série de transtornos de diferentes apresentações do quadro, mas, em comum entre a maioria pode ocorrer em maior ou menor limitações a comunicação, seja linguagem verbal e/ ou não verbal; a interação social; comportamentos caracteristicamente estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses. Os espectros hoje são classificados em graus leves, moderados ou severos. “O grau de gravidade varia desde pessoas que apresentam um quadro leve e com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida”, comentou e citou também que muitos autistas possuem ainda seletividade alimentar. “Que tem que ser trabalhado com terapia nutricional através de ferramentas de aceitação e introdução de variados alimentos”, elencou.
O diagnóstico do autismo acontece nos primeiros anos de vida da criança e mesmo sendo uma condição permanente, são as terapias (medicamentos, se necessário) e claro, muito amor e aceitação que irão proporcionar e elevar a qualidade de vida das pessoas com TEA e suas famílias.
A mãe de João Otávio, Cinara Abreu, relata que ter um filho autista é embarcar numa jornada rumo a um universo desconhecido e encontrar formas de desvendar esse novo mundo não é uma tarefa nada fácil. Mas com apoio, ajuda de especialistas, experiências de amigas, ela compreendeu o autismo. Entretanto, as mudanças e empatia pelas pessoas com TEA, a sociedade deve também aprender a compreender o mundo azul deles. “Como pais, trabalhamos, buscamos terapias, nos apoiamos para que eles cresçam e se tornem adultos independentes, porém, também desejamos que, num futuro próximo, tenhamos uma sociedade menos preconceituosa e menos julgadora. Por isso a importância desta data de conscientização, que na verdade deveria ser enfatizada todos os dias”, defendeu.